As emissões de gases de efeito estufa do segmento de geração de energia elétrica aumentaram em torno de 7% no ano passado e alcançaram 59 milhões de toneladas de CO2 equivalente, de acordo com relatório divulgado pelo Observatório do Clima nesta quarta-feira, 21 de novembro. O crescimento representa, em números absolutos, cerca de 4 milhões de toneladas a mais que em 2016.
Em termos de emissões de gases, a produção de eletricidade apresentou o maior aumento do setor de energia, que emitiu um total de 431 milhões de toneladas de CO2 equivalente, com aumento de 2% em relação ao ano anterior. O crescimento das emissões no setor elétrico é consequência da queda na produção de energia por usinas hidrelétricas, substituída por geração termelétrica a combustível fóssil.
Houve, em contrapartida, aumento da participação de usinas eólicas, de térmicas a biomassa e de energia solar. Dados do relatório mostram que as térmicas a gás e a óleo supriram 107 TWh da demanda por energia, enquanto as renováveis não-hídricas produziram 94 TWh em 2017, o que ajudou a mitigar os impactos.
“Se isso não tivesse acontecido, a emissão teria sido maior”, explica Marcelo Cremer, analista de projetos do Instituto de Energia e Meio Ambiente. O Iema é responsável pelos cálculos das emissões dos setores de Energia e Processos Industriais.
A sexta edição do relatório com os dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), divulgada hoje em São Paulo, mostra redução de 2,3% nas emissões de gases de efeito estufa no Brasil em 2017, na comparação com 2016. Na soma da todos as atividades, foram emitidas 2,071 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente, contra 2,119 bilhões de toneladas no ano passado.
A queda é resultante da redução de 12% na taxa de desmatamento da Amazônia. O desmatamento é o item que mais se sobressai na questão das emissões.