O mercado livre deverá fechar este ano com R$ 127 bilhões de faturamento, quase 30% a mais do que no exercício anterior. Essa é a estimativa da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia. De acordo com a entidade, esse deverá ser o resultado do segmento que deverá representar 31% de toda a energia consumida no país em 2018 e de 65% dos volumes transacionados.
A Abraceel aponta que esses números poderiam ser muito  maiores ao defender que a abertura total do mercado livre de energia poderia propiciar uma redução de R$ 12 bilhões por ano na conta de luz para os 80 milhões de consumidores brasileiros, inclusive em suas residências. De acordo com a entidade, mesmo se a abertura fosse feita somente para a parcela do setor produtivo que ainda não pode usufruir dos benefícios da livre comercialização, a redução poderia atingir R$ 7 bilhões, com a geração de 420 mil postos de trabalho.
Com mais de 240 empresas de comercialização e 5.600 consumidores livres e especiais, o mercado livre representa hoje 80% do consumo industrial brasileiro. Na avaliação da Abraceel, apesar da representatividade no setor industrial, a participação no consumo total ainda não é majoritária, tendo registrado um crescimento menor do que seu potencial por força das restrições legais. “Isso evidencia o pouco estímulo que foi dado até hoje à abertura do mercado”, afirmou Reginaldo Medeiros, presidente da entidade.
Segundo Medeiros, a liberalização do mercado é fundamental também para enfrentar a transformação digital do setor, tais como a adoção de novas tecnologias de geração de energia limpa, de armazenamento e as redes inteligentes. Por isso, a entidade apresentou um conjunto de propostas aos representantes do novo governo eleito que, além da abertura do mercado, indica a necessidade de despacho por oferta de preços, a separação de lastro e energia e a racionalização dos subsídios que estão hoje na conta de luz.

Na opinião do executivo, se implementadas, essas medidas poderiam dobrar o tamanho do setor em pouco tempo, com a oferta de energia mais barata e mais limpa. E ainda, o setor teria condições de obter novas linhas de financiamento, propiciando a expansão da oferta sem sobrecarregar as contas públicas.