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O  governo publicou na semana passada o Decreto 9.573, que aprova a Política Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas (PNSIC). O decreto publicado na última sexta-feira, 22 de novembro, determina que  órgãos federais da administração direta, autarquias, fundações e  empresas estatais dependentes de recursos do Tesouro Nacional deverão incluir  em seu planejamento “ações que concorram para a segurança” dessas estruturas.

A norma também atribui à União a responsabilidade por orientar  estatais que não dependem do Tesouro e os demais entes federativos a  também planejarem ações para ampliar a segurança física e cibernética de suas instalações. São definidas como infraestruturas críticas instalações estratégicas em áreas como energia (eletricidade, petróleo e gás e biocombustíveis), logística e transportes, telecomunicações e saneamento básico.

O decreto define como princípios da PNSIC a prevenção e a precaução, a partir da análise de riscos; a integração entre o poder público, empresas e a sociedade; a redução de custos para a sociedade, resultante de investimentos em segurança, e a segurança nacional. A política deve também prevenir  ou reduzir os impactos de interrupções das atividades das infraestruturas e estabelecer diretrizes para salvaguardar instalações indispensáveis à segurança do país.

Serão usados  como instrumentos da política a Estratégia Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas, o Plano Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas  e o Sistema Integrado de Dados de Segurança de Infraestruturas Críticas.

O presidente da TI Safe Segurança da Informação, Marcelo Branquinho, lembra que o Brasil está pelos menos dez anos atrasado em relação aos países de ponta na questão da segurança, mas acredita que a publicação do decreto já é um bom começo. Branquinho  destaca como ponto positivo a definição de onde devem sair  os recursos para projetos desse tipo, mas reconhece que , por enquanto,  o que há são apenas diretrizes que remetem à publicação de dois documentos ainda não lançados. A política, de fato, não existe, diz.

“Isso é um belo pontapé”, diz o executivo. Ele acredita que  o tema pode ser prioridade do próximo governo, justamente por se posicionar mais à direita, com vários militares em postos importantes. Um deles é o general Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, responsável pela PNSIC.  A segurança cibernética das empresas de governo é  um encargo hoje do exército brasileiro.

O especialista em Tecnologia da Informação, afirma que a proteção às instalações de empresas estatais é  muito frágil e cita entre possíveis consequências de ataques a infraestruturas estratégicas  blecautes na rede de energia,  sabotagens em redes de água e esgoto, riscos à segurança de instalações nucleares,  problemas de logística em aeroportos,  acidentes com trens e metrôs.

“A gente tem experiências em fazer auditorias em subestações no meio do Brasil.  No meio mesmo. E a segurança física desses lugares é praticamente zero”, afirma Branquinho. Segundo ele, as empresas privadas estão um pouco melhores que as estatais, especialmente as de capital estrangeiro, porque têm que fazer compliance.

Na opinião do executivo,  a mensagem do decreto é que as empresas públicas são frágeis e têm que se preparar para enfrentar possíveis ataques. Embora não seja esse o viés do decreto, no limite, a fragilidade das chamadas infraestruturas críticas administradas pelo Estado também podem afetar o próprio valor das estatais no momento da venda, em uma eventual privatização, alerta o especialista.