Estão abertas as inscrições para bolsas de mestrado e doutorado em uma iniciativa conjunta Equinor – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para formação de mestres e doutores nas áreas de energia renovável, petróleo e gás natural. A ideia é fruto de uma parceria do CNPq com a empresa norueguesa, que atua no Brasil desde 2001 realizando projetos de óleo e gás e vai inaugurar este ano no país sua primeira usina de energia solar no mundo, em Quixeré (CE). Os interessados têm até o dia 25 de janeiro de 2019 para enviar propostas para desenvolvimento de pesquisas. Mais informações neste link.

O investimento total da Equinor no apoio a essas bolsas de estudo em parceria com o CNPq é de aproximadamente R$ 5,5 milhões – o valor se refere à cláusula de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. O investimento faz parte de uma das iniciativas da Equinor em desenvolvimento de competência no Brasil, como extensão do investimento no programa Ciência sem Fronteiras, que é do governo federal e foi extinto no ano passado.

De acordo com a Líder de Tecnologia da Equinor no Brasil, Andrea Achôa, o lançamento desta chamada pública da Equinor em parceria com a CNPq mostra que a empresa está estendendo o foco de seus investimentos de P&D no Brasil. Segundo ela, a empresa quer estimular o desenvolvimento de competência também em novas energias, gás natural e geopolítica de petróleo. Para ela, esses temas estão alinhados com a estratégia da Equinor no Brasil e têm grande relevância para o desenvolvimento da matriz energética brasileira. Ela lembra ainda que essa iniciativa reforça como é importante para a Equinor investir no desenvolvimento de competência local.

A chamada pública tem por objetivo selecionar propostas para apoio financeiro a projetos que visem contribuir para o desenvolvimento científico e tecnológico do país. A chamada será elegível para propostas de professores doutores que tenham vínculos a um Instituto de Ciência e Tecnologia ICT (instituição de ensino superior, pública ou privada, instituto e centro de pesquisa e desenvolvimento e empresa pública, que execute atividades de pesquisa em ciência, tecnologia ou inovação) com o seu currículo cadastrado na Plataforma Lattes que desejem ser coordenadores dos projetos. O acordo prevê que 2/3 das vagas sejam para mestrado e 1/3 para doutorado. Os projetos deverão seguir nas seguintes temas e linhas de pesquisa:

1) Estudos em reservatórios carbonáticos: estudos em reservatórios pré-sal em área de caracterização de reservatório (conceitos geológicos, respostas geofísicas e métodos de caracterização de propriedades), modelagem e simulação, avaliação e produtibilidade e otimização de produção e design.

2) Engenharia Submarina: sistemas de produção submarina, dutos rígidos e flexíveis, automação e digitalização, tratamento e injeção de água do mar, separação compacta.

 3) Recuperação Melhorada de Petróleo: otimização de produção, vislumbrando a melhoria da eficiência energética na operação dos campos e otimização de produção, focando na: eficiência das bombas, otimização dos sistemas de produção implementados, novas tecnologias de produção e injeção de poços, otimização de campos. Desenvolvimento de novas tecnologias para contribuição do aumento da recuperação do reservatório, focando em: estudos poliméricos, injeção de gás e outras técnicas de recuperação.

 4) Novas Energias: novas soluções em sistemas integrados para o fornecimento de energia, sistemas de armazenamento de energia (solar e eólico), estudo de sistemas fotovoltaicos para energia solar, melhorias e propostas disruptivas: novas tecnologias em PV (materiais) para o aumento da eficiência, BIPV (building integrated PV) painéis solares integrados à construção) com foco no componente econômico, novas formas de geração de energia elétrica para plataforma offshore.

5) Estudos em Gás Natural: desenvolvimento de políticas energéticas que visem à integração entre o mercado de gás e energia como forma de priorizar a monetização do gás natural nacional; análise do mercado de gás: benefícios do desenvolvimento de térmicas na base, geração distribuída de gás como complemento a energias renováveis intermitentes (desafios tecnológicos, regulatórios e econômicos). Análise do mercado de líquidos de gás natural, novos mercados consumidores, infraestrutura e logística necessária para a monetização do gás do pré-sal; transporte e distribuição de gás no Brasil: novas formas de estocagem e transporte de LPG e LNG (caminhões, barcaças, trem) e seus desafios logísticos e tecnológicos regulatórios e econômicos, estudos na geração elétrica offshore, GTL análise dos desafios tecnológicos, regulatórios e econômicos, geração de energia com hidratos, analise da forma de consumo para gás natural transportado (stranded gas); transição energética, desafios relacionados ao clima e o papel do gás natural.

6) Geopolítica de Petróleo: mercado de energia, desenvolvimento da indústria, perspectivas futuras da indústria, macroeconomia, mercados em crescimento.