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O presidente da Alupar, Paulo Godoy, anunciou nesta quinta-feira, 29 de novembro, que pretende antecipar em dez meses o início da operação comercial da Empresa Transmissora Agreste Potiguar (ETAP). A previsão é que a obra fique pronta no primeiro trimestre de 2019. Com disso, a empresa antecipará o recebimento da Receita Anual Permitida (RAP) de R$ 53,8 milhões. Por contrato, o empreendimento tem obrigação de ficar pronto em dezembro do próximo ano.
A ETAP reúne a concessão da linha de transmissão 230 kV João Câmara II – João Câmara III, em circuito duplo, com extensão de 10 km por circuito e uma subestação de 500 kV João Câmara III. O prazo de implementação é de 42 meses, contados a partir de setembro de 2016, data de assinatura do contrato de concessão.
Localizada entre os municípios de Parazinho e João Câmara, no Estado do Rio Grande do Norte, o empreendimento será conectado ao Sistema Interligado Nacional e irá reforçar a rede de transmissão da área leste da região Nordeste, de forma a escoar os potenciais eólicos vislumbrados para essa região.
PREÇOS INEXEQUÍVEIS
O vice-presidente da Alupar, José Luiz de Godoy, fez críticas a alguns competidores que estão praticando “preços inexequíveis” nos leilões de geração e transmissão. “Isso pode caminhar para uma situação como aconteceu no passado com Abengoa, Isolux, Eletrobras […] o que pode gerar oportunidades futuras”, disse o executivo, sugerindo que o governo pode vir a relicitar ativos que não performarem no futuro. “Vamos ver se quem contratou vai executar nas condições imaginadas”, completou.
O presidente da Alupar ainda fez algumas críticas ao governo do Partido dos Trabalhadores. Disse que as empresas estatais e as espanholas “promoveram um arraso na remuneração do setor de transmissão”, sem que as devidas punições fossem executadas com rigor. Destacou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) ainda não conseguiu cobrar 134 seguros garantia.
“Faz parte da responsabilidade do poder concedente contratar e entregar os projetos”, disse Godoy, lembrando das concessões que não foram entregues por dificuldade financeiras de algumas empresas do setor.
Entre 2009 e 2014, o WACC regulatório (que representa a taxa da remuneração do setor) ficou entre 5,8 e 6,6%. Em 2018, esse número subiu para 8,1%.
Luiz Godoy também disse que nos próximos dois anos, a Alupar pretende continuar distribuindo 50% do lucro da empresa em dividendos aos acionistas, devido ao grande volume de investimentos (R$ 5,36 bilhões) que a empresa precisa fazer nos próximos três anos. A expectativa que o lucro da empresa dobre até 2022. Previsão que a receita da companhia passa de R$ 1,15 bilhão para R$ 1,82 bilhão entre 2022 e 2023.