A maioria dos países do G20 melhorou suas condições para investimentos em energia de baixo carbono no ano passado. No entanto, mais aportes em energia renovável precisam ser realizados para atender às metas climáticas do acordo de Paris. Além disso, o grupo das maiores economias do mundo precisa desenvolver e implementar estratégias de longo prazo mais ambiciosas, consistentes e transparentes para melhorar o investimento para as energias renováveis. Estas são as principais conclusões do relatório Climate and Energy Monitor 2018, publicado no início desta semana pela Allianz, pelo Germanwatch e o NewClimate Institute.
Pelo terceiro ano, as companhias examinaram a expectativa de investimento e os aportes efetivamente realizados para energia renovável em todos os países do G20. A França subiu duas posições e assumiu o topo do ranking, enquanto a Alemanha e o Reino Unido caíram para o segundo e terceiro lugares, respectivamente. No último ano, o Brasil aumentou suas adições de capacidade solar fotovoltaica, crescendo a uma taxa similar a outras economias emergentes como Índia, Turquia e China e passou a ocupar o 8º lugar desse ranking, um ano antes estava em 13o lugar.
Esse avanço do Brasil, ao lado da Itália, que era a 8ª colocada e passou ao 4o lugar foram os destaques da lista elaborada. Contudo, atualmente, os três primeiros colocados oferecem as melhores políticas e ambientes de mercado, que são critérios fundamentais para investimentos de longo prazo e projetos complexos, como parques eólicos e solares.
De acordo com o relatório, o Brasil planeja instalações anuais de energia renováveis suficientes para estar em conformidade com as metas do Acordo de Paris. O país também teve destaque por possuir um sistema de leilões bem estabelecido e muito transparente para novos projetos fotovoltaicos de energia eólica e solar e por contar com uma linha de crédito especial do BNDES para projetos do tipo com conteúdo nacional. Levando em consideração a meta do Acordo de Paris e as evoluções atingidas, o país é um dos que menos precisa investir em um sistema de energia renovável, cerca de R$ 2,7 bilhões ao ano. Em contrapartida, não há uma estratégia de descarbonização de longo prazo em vigor.

Os EUA caíram duas posições, passando a ocupar o 9º lugar, como resultado de mudanças políticas reduzindo o apoio federal às políticas de energia renovável. A China, que ficou na quinta colocação, investiu US$ 133 bilhões, mais do que o dobro de 2017. A demanda do país, porém, é nitidamente mais alta, exigindo US$ 314 bilhões anuais no setor de energia. Na Índia, na 10a. posição, a expansão da energia solar dobrou, enquanto a energia eólica também aumentou. No entanto, com investimentos de US$ 11 bilhões em energia renovável no ano passado, aquele país atingiu apenas um mínimo dos US$ 160 bilhões anuais necessários para atender às metas climáticas do setor elétrico.