A perspectiva para o setor regulado de distribuição e transmissão de energia no Brasil permanece estável nos próximos 12 a 18 meses em meio a um ambiente de recuperação econômica moderada, afirma a agência de classificação de risco Moody’s Investors Service em novo relatório. A estimativa é de que o consumo deva apresentar crescimento próximo a 2% nos anos de 2019 e 2020.
De acordo com a Moody’s, o consumo de energia no Brasil nos próximos anos permanecerá fortemente vinculado o crescimento econômico e é improvável que os múltiplos aumentos de tarifas de energia observados desde 2015 provoquem uma mudança no comportamento consumidor. Por isso, é espera que o consumo de energia cresça no patamar indicado, o que permite que as companhias de distribuição se beneficiem de um moderado crescimento nas receitas.
Pelo lado da regulação, a Moody’s espera que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) continue monitorando de perto o desempenho das companhias de distribuição e que concederá aumentos de tarifas segundo as regras acordadas. No entanto, ressaltou que, isto não será suficiente para cobrir integralmente as variações nas necessidades de capital de giro em períodos que os custos de energia sobem, o que sinaliza que as companhias podem enfrentar despesas mais elevadas com juros.
Em sua análise o segmento de transmissão é fundamental para apoiar uma alocação eficiente de energia dentro do sistema integrado do Brasil devido ao fato de que uma fatia significativa da energia do país é produzida longe das regiões onde é consumida. Por isso a agência avalia que a rede de transmissão do Brasil continuará sua expansão com a ajuda de uma mudança na política governamental que visa atrair investimento privado aumentando os retornos e melhorando os termos contratuais nos projetos de transmissão.