fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O anúncio do 20º ministro do novo governo dominou o noticiário brasileiro nesta sexta-feira, 30 de novembro. O nome do almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior para ocupar o lugar de Ministro de Minas Energia (MME) foi anunciado pelas redes sociais pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Os agentes do setor elétrico demostraram cautela ao comentar a indicação. A expectativa é que a pasta priorize a reforma do setor, a racionalização dos custos e a retomada da construção de hidrelétricas.
O presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), Carlos Faria, disse que a nomeação do ministro está em linha com do discurso do presidente eleito, de escolher pessoas técnicas que possam conduzir de forma produtiva os ministérios e resolver os problemas de cada pasta. “Não temos informações específicas de como o almirante vai se posicionar em questões cruciais do setor elétrico, mas sabemos, a partir de reuniões com a equipe da área de energia do presidente, que todos estão bem informados sobre o momento do setor, conscientes de que os encargos e tributos respondem por quase 50% da tarifa dos consumidores e que o problema do risco hidrológico é urgentíssimo”.
Faria espera que o novo ministro avance na reforma do setor elétrico e que o que foi discutido e consentido na CP 33 seja aproveitado. O próximo passo é a nomeação do secretário executivo, escolha em que se espera alguém com trânsito entre os agentes.
O presidente da Associação Brasileira de Armazenamento e Qualidade de Energia (Abaque), Carlos Augusto Brandão, disse que espera que o novo ministro traga novas atitudes e soluções para o setor elétrico, abrangendo toda área de energia, inclusive novas tecnologias. Segundo ele, o setor está expandindo sua capacidade de geração com fontes renováveis e isso implica em uma mudança de conceitos em todos os órgãos do MME. “Entendemos que temos que abraçar as tecnologias de baixo custo, que hoje não são aproveitadas por desconhecimento. Que o novo ministro venha com uma proposta de rediscutir o modelo do setor, para criar um setor comercial e financeiramente mais moderno.”
A expectativa agora é em relação à escolha do segundo escalação do ministério. Para Brandão, o secretário executivo não precisa ser uma pessoa do setor, mas alguém que tenha capacidade de articulação com os diversos segmentos, tendo em vista que o setor é fragmentado e atravessa um período de dificuldades.
O presidente executivo da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Carlos Evangelista, disse que está otimista com a escolha de um militar da Marinha especializado na área nuclear. “O fato de ser oriundo da Marinha e ter trabalhado na área nuclear não significa que ele vá dispensar as outras fontes e priorizar a energia atômica”, disse o executivo.
Ele defendeu a descentralização das fontes de geração. “Esse é um ministro técnico e acredito que vai ter uma visão técnica sobre a nossa matriz”, disse. Para ele, é importante que o ministro se cerque de pessoas com conhecimento e habilidade política para conseguir conciliar todos os interesses do setor. “Temos que sair dessa visão de olhar para o próprio umbigo e começar a ter uma visão mais sistemática. Também é fundamental que consiga conciliar todos os interesses, mas sempre visando o bem para a população”, completou.
O presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Paulo Arbex, disse que recebeu com entusiasmos a nome do Almirante Bento Costa Lima. “Ele é considerado uma pessoa extremamente capaz, tem formação sólida e reputação de excelente gestor”, disse. “Esperamos que o almirante resgate um dos maiores legados do governo militar que são as nossas hidrelétricas, que gera tanto valor para a sociedade brasileira, como por exemplo esses R$ 29 bilhões que o governo arrecadou com a relicitação de pouco mais de 20 mil MW. Nossa expectativa é que o almirante retome à racionalidade do setor, retire as barreiras para construção de novas hidrelétricas, principalmente para as PCHs, e promova a volta da justiça, da isonomia e do equilíbrio entre as diferentes fontes”.
O presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), Newton Duarte, apenas parabenizou o almirante e desejou sucesso na condução do ministério de Minas e Energia. “Certo de que o MME dará especial atenção à importância da cogeração e da geração distribuída para a matriz energética brasileira e, também, a sua significativa contribuição para a segurança energética do país e a preservação dos reservatórios das hidrelétricas.”