Seis meses depois de arrematar a Eletropaulo em uma disputa com a Neoenergia, a Enel aposentou a marca Eletropaulo e mudou o nome da distribuidora para seu padrão. A concessionária passou a se chamar Enel Distribuição São Paulo. A mudança vem na esteira do plano de integração da marca global da empresa cuja sede fica em Roma, Itália, em um processo de reposicionamento da companhia que tem se dado em todos os mercados nos quais atua, processo que vem ocorrendo desde 2016.

De acordo com o country manager da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, o projeto de unificação é desafiador, mas marca o início de uma transformação ainda maior para atender as necessidades das cidades que a empresa assumiu em meados de 2018 após a aquisição da concessionária junto à americana AES.

Nesse sentido, a empresa já havia divulgado recentemente as métricas de melhoria de eficiência operacional que deverá ser de 30% quando comparado o custo por cliente da empresa, mesmo indicador apontado no evento global da empresa Capital Markets Day, realizado no dia 20 de novembro, na Itália.

Essa mudança, argumentou a Enel, está alinhada com a identidade e a marca do grupo internacional sob a estratégia nomeada como Open Power onde o uso mais otimizado dos ativos é uma das formas que a companhia projeta conseguir melhorar os indicadores de eficiência operacional e econômicos. Como parte desse processo, todo o visual da empresa será alterado para o padrão da companhia. Entre as alterações estão as lojas, começando pela unidade do bairro paulistano do Jabaquara (zona sul da capital) e mais outras 20 ao longo de 2019. Além disso, a promessa é de reforçar o atendimento via canais digitais com o lançamento de um aplicativo, que segundo o presidente da distribuidora Max Xavier, passará de 8 serviços para 31. A empresa lança campanha ainda nesta quarta-feira, 5 de dezembro, na TV para comunicar a mudança de nome.

Xavier destacou ainda que os investimentos na concessionária paulistana do grupo a serem feitos a partir de 2019 contemplarão a expansão de seis subestações que serão modernizadas. Em linhas gerais, a meta é aumentar a capacidade e confiabilidade da rede para chegar ao final do período com um melhor nível dos indicadores DEC e FEC. Mas não disse em quanto.

“As pessoas perceberão essa melhoria progressivamente, teremos a digitalização não na rede de distribuição apenas, mas na automação dos canais de atendimento com mais serviços digitais por meio dos canais, em linha com o mundo digital”, discursou ele em evento de lançamento da nova marca.

“Vemos um conjunto de oportunidades de negócios em serviços nessa que é a área mais desenvolvida do país”, definiu o CEO da Enel Américas, Maurizio Bezzeccheri. O executivo explicou que os ganhos projetados em eficiência tem base no uso mais inteligente dos ativos da distribuidora no país. Ele lembra que ao mesmo tempo que muda o nome e a identidade em São Paulo, a ideia é de também mudar a forma de atuar na região e, por isso, em 2019, a Enel X, a subsidiária de serviços terá um escritório local, ainda no primeiro trimestre.

Antiga Enel Soluções, a ideia é atuar em diversos serviços focados em novas tecnologias aproveitando o fato de que uma meta é a de ter ao final do plano 2021, cerca de 1 milhão de medidores inteligentes no período. Nesse sentido, explicou ele, a companhia deverá desenvolver de forma mais incisiva a geração distribuída comercial e residencial bem como carregamento de veículos elétricos, podendo ser por meio de a atuação inicial junto ao transporte público e, no passo a passo, estimular a demanda por este tipo de veículo que no país ainda é muito baixa.

“Serão 1 milhão de medidores inteligentes em São Paulo, 50% de todos os equipamentos que planejamos para a América do Sul toda”, comentou Bezzeccheri. Mas, lembrou que ainda é necessária a regulamentação desse tipo de equipamentos por aqui e se dispõe a ajuda a Aneel com base na experiência da Enel que possui uma base instalada de 40 milhões de medidores dessa natureza na Itália.

No final de novembro, a Enel divulgou plano de investimento global para o período de 2019 a 2021 e dedicou um capítulo especial à Eletropaulo que receberá aportes de cerca de 700 milhões de euros, em valores atualizados. Serão 4 bilhões de euros no país, sendo 2,2 bilhões em distribuição, 1,6 bilhão em renováveis e mais 200 milhões de euros em serviços.

Eletropaulo projeta crescimento de 150% em três anos

Enel planeja dobrar resultado operacional da Eletropaulo até 2021