Tomou posse na última sexta-feira, 7 de dezembro, o novo presidente da Associação Brasileira de Energia Nuclear, Claudio Almeida. Ele substitui Olga Simbalista, que presidiu a associação nos últimos dois anos. Na cerimônia, realizada no Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro (RJ), Almeida destacou que a Aben vai intensificar os debates sobre a importância da fonte nuclear para o sistema brasileiro e da conclusão de Angra 3. “A conclusão da usina se justifica porque ela vai produzir energia. Há uma necessidade de uma inserção maior da energia nuclear dentro da matriz energética do Brasil. É preciso uma energia de base e a nuclear é apropriada para essa função”, afirma. Ele é doutor em engenharia nuclear pelo Massachusetts Institute of Tecnology e com importantes cargos, no país e no exterior, ao longo de sua vida profissional.

Almeida quer que sejam retomados estudos sobre sítios nucleares que entraram em compasso de espera após o acidente de Fukushima, no Japão. Segundo ele, com o fim dos grandes potenciais hidráulicos e a maior inserção de renováveis na matriz, a energia firme que deverá vir não será proveniente de carvão, óleo ou gás, sobrando para a fonte nuclear. “Vamos lutar para que sejam retomados os estudos de viabilidade técnica e econômica”, avisa.

A indicação do almirante Bento Albuquerque Lima para o Ministério de Minas e Energia foi considerada positiva para Almeida. Ele elogiou o conhecimento de Lima na área nuclear, prevendo que ele vai ser saber das suas reais necessidade, estando capacitado para lidar com as decisões tomadas pelo Comitê de Desenvolvimento Tecnológico Nuclear Brasileiro, além da Política Nuclear Brasileira, publicada pelo governo na última semana.

Claudio Almeida, novo presidente da Aben

Um outro tema que o novo presidente da associação terá de lidar é o da renovação dos recursos humanos na área nuclear. Para Almeida, o fenômeno não é apenas local, é mundial e uma de suas causas foi a estagnação do setor no início do século. Segundo ele, há um movimento de retomada para formação de novos quadros, mas também é preciso preservar o saber adquirido, com programas de retenção de conhecimento. “Existe um na Eletronuclear muito bem estruturado e é isso aí que vamos incentivar, bem como a formação de pessoal novo”, aponta. Ele citou ainda a International Nuclear Atlantic Conference,  iniciativa da Aben que será realizada em 2019, em que estudantes e profissionais podem mostrar seu trabalho no setor.