Entre 2015 a 2017, empresas brasileiras globais investiram mais de US$ 85 bilhões em 1.340 projetos voltados para a redução de emissões de GEE. A informação foi apresentada nesta quinta-feira, 13 de dezembro, pela diretora de Relações Institucionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Ana Carolina Szklo, durante a COP24, realizado na Polônia.
A maior parte dos aportes envolveram tecnologias de eficiência energética, otimização de processos e uso de fontes de energia de baixo carbono. Juntos, esses projetos contribuíram para uma redução de 217,9 milhões de tCO2e, o equivalente à 27% do total de emissões a serem reduzidas, conforme a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira para 2025 (787 milhões de tCO2e).
O estudo “Como as empresas vêm contribuindo para o Acordo de Paris” também mostrou que, quando analisadas exclusivamente, as empresas brasileiras ou as que dispõem de dados exclusivos sobre as emissões no país, houve uma queda em 2016 de 33% em relação ao ano anterior.
Em 2017, a redução nas emissões foi de 1% em relação a 2016. A crise econômica foi o principal fator que resultou nesse desempenho, mas a despeito dos desinvestimentos da indústria no período, o levantamento mostra o engajamento do setor privado no desenvolvimento e na adoção de tecnologias e processos de baixo carbono.
Para a presidente do CEBDS, Marina Grossi, os resultados são positivos e mostram o potencial da inovação tecnológica, além do comprometimento e do protagonismo de parcela significativa das empresas brasileiras no cumprimento da meta brasileira no Acordo de Paris. No entanto, “se não houver continuidade desses investimentos, parte desse ganho pode ser perdido em um cenário de retomada do crescimento econômico”, observa.
Durante a apresentação, Ana Carolina ressaltou também a necessidade das companhias ampliarem metas em volume de emissões e prazo. Do total das instituições brasileiras analisadas pela pesquisa, quase 90% possui metas de curto prazo, ou seja, até 2025. Poucas, no entanto, já estabeleceram metas de médio e longo prazo, que se estendam até 2030 e 2050, respectivamente.
O estudo “Estratégias de Desenvolvimento de Baixo Carbono para o Longo Prazo”, realizado no ano passado pelo Conselho em parceria com o iCS, aponta ações concretas que podem ser implantadas no Brasil até 2050, que vão desde tecnologias disruptivas, que transformarão setores inteiros da economia, até instrumentos financeiros que influenciem na decisão entre não emitir ou pagar para emitir aos próprios emissores.
O conteúdo apresentado pelo CEBDS na COP24 revelaram que 57% das empresas analisadas já utilizam um preço interno de carbono entre US$ 1,79 e US$ 175/tCO2e, sendo a média dos valores de US$ 31,46. Além disso, o restante das companhias, em sua maioria, pretende utilizar o preço interno no curtíssimo prazo, dentro de dois anos.
“O estudo evidenciou que os preços internos de carbono das empresas brasileiras possuem um custo consideravelmente menor do que em outros países, que podem chegar a US$ 909/tCO2e, afirmou Ana Carolina Szklo, diretora de Relações Institucionais do CEBDS.
No seu entendimento é possível reduzir emissões de GEE a custos menores no Brasil do que em outros países, o que evidencia o potencial do país para se tornar um líder global no mercado de carbono.