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Estudo feito pela empresa de pesquisa e consultoria em energia solar Greener mostrou que para que seja mantida a competitividade dos preços da fonte é importante que as linhas de financiamento de bancos públicos continuem atrativas. De acordo com Marcio Takata, diretor da Greener, mais de 60% dos projetos finalizados ou em andamento em 2018 tem apoio dos BNB ou do BNDES, o que faz com que esses agentes financeiros sejam protagonistas no desenvolvimento da fonte no Brasil. “Um ponto importante para manter a competitividade em preços é que essas linhas continuem atrativas, adequadas para garantir o preço baixo da solar”, afirma.
O estudo mostra que de 90 projetos, 42% de financiamento do BNB, enquanto o BNDES dá crédito para 30% deles e 8% de usinas são financiadas por fundos privados internacionais. Outros 30% de projetos tem sido feitos com capital próprio, sem investimentos públicos. O diretor da Greener conta que a ideia do estudo não foi a de dizer o que empreendedor deve fazer, mas sim dar uma ideia realista do que ele deveria considerar na hora da precificação de energia para os leilões. “Temos uma grande preocupação para que o mercado desenvolva bons projetos e projetos que sejam realizáveis, é uma preocupação grande que a gente tem”, avisa Takata.
Outro ponto que chama a atenção no estudo é que do leilão realizado no fim do ano passado, quase metade já está em construção, o que mostra uma estratégia de antecipação da operação. Desenvolver projetos escalonáveis, aptos a operarem tanto no mercado regulado quanto no mercado livre, pode ser uma chave estratégica para otimizar o Capex e Opex, aumentando o retorno do investimento e da competitividade.
A bancabilidade dos projetos é considerada por ele como um dos maiores desafios do setor solar. Ele lembra que um projeto no ambiente regulado tem a garantia do contrato, o que deixa baixo o risco para o banco. Já no mercado livre, não há essa segurança, o que demanda mais atenção na precificação e na viabilidade do empreendimento. Segundo Tanaka, os projetos livres trazem uma insegurança na questão da bancabilidade. “À medida que os projetos são livres, o risco é visto de forma diferente”, frisa o diretor.
Uma contratação importante para o ano de 2019 seria benéfica para o setor, na avaliação de Tanaka. O estudo salienta que as intenções do novo governo com a fonte ainda não estão definidas, assim como a realização de certames da fonte. Na concepção do projeto, o estudo sugere que um bom modelo para prever cenários de câmbio e adoção de mecanismo para reduzir os impactos de mudanças de dólar para Real devem ser adotados para redução do risco.
O preço da energia contratada em leilões caiu em média 65% nos últimos três anos. A queda, segundo o estudo, foi causada pela queda nos custos de construção das usinas fotovoltaicas, dos custos financeiros e também pelo fator de competitividade que o setor alcançou. Hoje o país tem 61 empreendimentos fotovoltaicos finalizados e 31 em construção, cujos investimentos somados superam os R$ 11 bilhões e 3,3 GWp de potência instalados. A região Nordeste abriga 63 projetos. Minas Gerais e São Paulo concentram o restante.
Tanaka também lembra que o aspecto tecnológico tem sido fundamental para a competição e a redução no preço. Segundo ele, as novas tecnologias de módulos trazem mais eficiência aos projetos. “Os investidores tem que olhar isso com muita atenção”, observa. Dentre os fabricantes, a Jinko tem 36% do mercado, sendo seguida pela Canadian Solar, com 20%. A BYD vem em logo seguida, com 19%. Os módulos ainda tem predominância chinesa, mas no restante da cadeia, como inversores, estruturas e cabeamento, o índice desnacionalização é elevado. Nos inversores, a GE domina com 42%, com a Fimer e Santermo vindo nas posições abaixo. No EPC, a Biosar e a Prodiel estão juntas, com 20% de participação cada uma, enquanto Tozzi e Enerray têm 13% e 12%, respectivamente.