Mesmo com as altas temperaturas que vem sendo registradas no começo do verão, o suprimento de energia está garantido para a estação mais quente do ano de 2019. De acordo com Luiz Eduardo Barata, diretor geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, apesar de 2018 ter sido um ano climático difícil, ele está terminando com os reservatórios em situação melhor que em 2017. A previsão é que no fim de dezembro, o Nordeste alcance os 42,4%, contra 12,8% registrados em 2017. O Sudeste/Centro-Oeste, em que estão os maiores aproveitamentos, deve ficar em 28,4%, contra 22,5% do ano passado e o Nordeste. “Não teremos problemas de suprimento no verão, porque as condições do sistema são suficientes para atender o consumidor”, afirmou em coletiva a jornalistas nesta quarta-feira, 19 de dezembro.
Segundo o diretor do ONS, o ano se caracterizou pela pouca chuva, mas o começo do período chuvoso em outubro na média no Sudeste e acima da média no Sul permitiu o transporte de energia. No Nordeste, a região mais castigada pela hidrologia ruim dos últimos anos, Barata credita a melhora da situação à redução da vazão no rio São Francisco. “Hoje a cascata do São Francisco é ditada pelas condições ambientais. A energia é secundária na definição da vazão do rio”, avisa. Outro fator revelado por ele como fundamental para o Nordeste foi o excepcional desempenho da fonte eólica. No verão de 2019 também será possível para o sistema brasileiro ter um aproveitamento maior das turbinas da UHE Belo Monte e das usinas do rio Madeira, por restrições anteriores.
Esse panorama permite a visualização de que no curto prazo, a bandeira adotada será a verde, sem custo adicional para os consumidores brasileiros. “As condições são favoráveis para que se mantenha a bandeira verde. A cor da bandeira é fixada pela Agência Nacional de Energia Elétrica e não pelo ONS”.
Barata também garantiu que mesmo que o crescimento econômico supere as expectativas, não haverá problemas de suprimento. De acordo com ele, o horizonte de cinco anos prevê a média de um PIB de 2,7%, que vai propiciar um aumento da carga médio de 3,8%. “Mesmo que haja uma antecipação do crescimento do PIB em um ou dois anos, ainda assim teremos condições de atender”, salienta. Os dados de crescimento econômico são estipulados pela Empresa de Pesquisa Energética. Eles sinalizam crescimento de 2,3% em 2019; 2,7% em 2020; 2,8% em 2021 em 2022 e 2,9% em 2023. A carga em 2017 cresceu 1,4% e este ano, deve ficar em 1,5%.
Ainda não houve um contato institucional do novo ministro com o ONS. Barata já foi apresentado ao futuro ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, em um evento. No começo da transição, houve um contato formal com Luciano de Castro, formulador do programa de governo de Jair Bolsonaro.