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O ano de 2019 começa com uma previsão de crescimento da carga de 3,7% quando comparado ao mesmo mês de 2018. Essa é a projeção inicial do Operador Nacional do Sistema Elétrico para janeiro. Se esse índice se confirmar o país chegará a uma carga de 71.105 MW médios, resultado do crescimento do consumo em quase todas as regiões do país, à exceção do Norte onde se estima queda de 1%. No Sudeste/Centro-Oeste, o crescimento é projetado em 4,1%, no Sul é de 4,7% e no Nordeste de 3,4%. Na média de 2019, o indicador inicial dos próximos 12 meses é de 3,5%.
O volume de energia natural afluente está em sua maior parte abaixo da média histórica para o mês. Segundo dados apresentados pelo ONS, nos dois dias de reunião para o Programa Mensal de Operação referente a janeiro, as condições meteorológicas apresentam estimativas de precipitações abaixo da MLT em quase todo o país. Esse é o resultado da verificação de anomalias e à presença de uma zona de convergência que causa um bloqueio atmosférico no país deixando as chuvas mais concentradas no sul do país.
Aliás, os meteorologistas do ONS afirmaram que apesar de as condições levarem para a configuração do El Niño, ainda não houve o acoplamento entre o oceano Pacífico e a atmosfera. A esta altura, opinou o ONS, a anomalia criada pelo fenômeno deveria estar mais intenso do que se vê atualmente. “Falta a resposta atmosférica que os modelos estão prevendo”, definiu.
Entre os destaques para o ano está o encerramento da fase de testes do eletrodo do Madeira em 15 de dezembro e que agora poderá ser utilizada a capacidade máxima do linhão que conecta as usinas de Jirau e Santo Antônio (RO) ao Sudeste. Outro bipolo que está liberado para a potência máxima é o primeiro de Belo Monte, entre as subestações Xingu (PA) e Estreito (MG).
Segundo as estimativas do operador, a energia natural afluente no Norte deverá ser de 105% da média de longo termo. No SE/CO Sul a ENA está em um indicador próximo, 82% e 80%, respectivamente. O NE é que volta a ter a situação mais pressionada com 47% da média histórica, ao se confirmar essa estimativa, será o 8º pior janeiro do histórico de 89 anos.
Já o nível para os reservatórios é esperado, conforme ocorre nessa época do ano, um replecionamento. A maior recuperação deverá ocorrer no SE com 12 pontos porcentuais. A estimativa é de chegar ao final de janeiro com 34,2% da capacidade total. Apesar disso, só ganha do Norte que deverá encerrar o período que vem em 32,2%. No NE é estimado um volume de 46%, enquanto no Sul é de 58,9%, quase estável em relação ao nível inicial que é de 59,3%.
O Custo Marginal de Operação médio ficou descolado entre o SE/CO e Sul com R$ 139,45/MWh, no NE em R$ 29,94/MWh e no Norte com R$ 29,48/MWh, valor que é visto nos três patamares de carga neste último submercado. Nos dois primeiros o valor da carga pesada é de R$ 144,07, na média é de R$ 142,67 e na Leve de R$ 136,50/MWh. No NE a pesada e média estão em R$ 30,55/MWh e a leve ao mesmo valor do Norte.
O despacho térmico previsto para a primeira semana operativa do ano de 2019 prevê 4.331 MW médios. A maior parte no SE/CO com 3.254 MW médios. No geral, são 577 MW médios por ordem de mérito, 3.274 MW médios por inflexibilidade e 480 MW médios por restrição elétrica.
Em termos de meteorologia, no início da semana de 29 de dezembro a 04 de janeiro de 2019 deve ocorrer chuva fraca nas bacias dos rios Paranaíba, Tocantins e São Francisco. No final da semana há previsão de chuva fraca nas bacias dos rios Jacuí, Uruguai e em pontos isolados do Iguaçu, Paranapanema, Tietê e Grande.