O Grupo Eletrobras terá de volta aos seus cofres um total de R$ 161,8 milhões desviados pela Odebrecht em obras de construção de empreendimentos da estatal. O valor a ser pago pela construtora considera o ressarcimento em projetos com participação direta da holding ou por meio das controladas Chesf, Eletronorte e Furnas. Esta última terá direito ao maior ressarcimento, no valor de R$ 117,6 milhões.

O pagamento é fruto de um acordo de leniência assinado no último dia 31 de dezembro entre a empreiteira e o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, com a interveniência da Advocacia Geral da União. Os R$ 161,8 milhões serão pagos pela Odebrecht em vinte e uma parcelas anuais a partir de outubro deste ano, com previsão de correção pela taxa Selic.

Em comunicado divulgado ao mercado nesta quarta-feira (2), a estatal do setor elétrico afirma que a adesão ao acordo de leniência “é uma oportunidade de fazer retornar à Eletrobras parte dos recursos a que a companhia tem direito, diante dos prejuízos causados pela Odebrecht, decorrentes do esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava Jato”.

Entre os projetos alvo do acordo de leniência estão as usinas hidrelétricas de Santo Antônio (RO) e de Belo Monte (PA), nos quais a própria Eletrobras já havia registrado anteriormente perdas por desvios de recursos nos montantes de R$ 122,8 milhões e R$ 91,4 milhões, respectivamente. Esses valores, afirma a Eletrobras, foram identificados por meio de investigação própria, contratada junto a órgão independente.