O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, informou em conversa com jornalistas que foi oficialmente convidado a permanecer na estatal. O executivo participou nesta quarta-feira, 2 de janeiro, da cerimônia de transmissão de cargo ao novo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Em entrevista no ano passado, Ferreira Jr já havia se colocado à disposição do futuro governo para permanecer na estatal. Seu mandato na presidência da empresa termina em abril desse ano e, com o convite, ele poderá ser reconduzido.
Em conversa com jornalistas, o executivo disse que o novo ministro não tinha clareza absoluta sobre o projeto de capitalização da Eletrobras, que deve tornar a União minoritária na companhia. “Ele está estudando [a proposta]”, disse. O governo nega que o processo seja uma forma de privatização da estatal.
O próprio Albuquerque anunciou hoje que vai dar sequência às tratativas para capitalizar a empresa. A proposta apresentada pelo presidente da estatal ainda no governo Temer prevê que a captação de recursos se daria em uma operação aumento de capital sem a participação da União, que perderia o controle. A manutenção ou uma eventual mudança nesse formato ainda terá de ser discutida com o ministro.
Ferreira Jr argumentou que a capitalização da Eletrobras demanda um grande volume de recursos e, para isso, é necessário montar uma estrutura de governança e de direitos do acionista que dê a ele um mínimo de garantia. “Normalmente, a formação de corporações tem essa base. Por isso, não é um ato de privatização. Você não está vendendo a empresa para fulano”, disse o executivo.
Em sua opinião, o processo é necessário e pode ser usado, por exemplo, para obter recursos para conclusão da usina de Angra 3. Ferreira Jr ressalvou que não discutiu o assunto com Albuquerque, mas ficou muito feliz por ele ter reconhecido que esse é um projeto importante para a companhia.
