Desde dezembro de 2018 que Itaipu conta com a nova versão do Sistema Orientado ao Monitoramento de Ativos – SOMA – uma plataforma Web de monitoramento de ativos desenvolvida pelo Cepel para atender às demandas de diagnóstico preditivo de equipamentos elétricos, dando subsídios aos profissionais de Engenharia de Manutenção para melhor planejarem suas atuações com base na condição online dos equipamentos monitorados.
De acordo com o pesquisador do Departamento de Linhas de Transmissão e Equipamentos, André Tomaz de Carvalho, gerente do SOMA, a nova versão do sistema trás como principal benefício para Itaipu a integração com o historiador OSI Soft PI para aquisição de dados de operação dos hidrogeradores, além de interfaces customizadas para o monitoramento online dos sinais adquiridos.
Nilton S. Ramos Quoirin, da Divisão de Engenharia de Manutenção Elétrica da Binacional, assinala que, com a implantação da nova versão, Itaipu passa a ter um sistema de monitoramento das unidades geradoras moderno, modular e customizável. “Além da automatização das medições de temperatura da unidade, que até a instalação do SOMA eram feitas de modo manual pela equipe de manutenção da usina, o sistema traz como benefícios o armazenamento do histórico das medições, a análise automática das grandezas adquiridas e a possibilidade de aplicação de técnicas de inteligência artificial para a identificação de possíveis defeitos”.
Dadas as proporções da usina, esta é a maior instalação já monitorada pelo sistema. Cada gerador possui mais de 400 sensores, incluindo medições de temperatura, vibração, deslocamento, pressão e descargas parciais. Até o momento, 18 geradores da hidrelétrica já estão sendo monitorados pela plataforma, e as duas últimas unidades aguardam suas paradas programadas para conexão dos sensores e início do monitoramento. Com mais de 10 mil sinais monitorados em tempo real, o SOMA disponibilizará à Engenharia de Manutenção de Itaipu o estado detalhado de operação de cada um dos seus hidrogeradores.
Para André Tomaz, a consolidação desse sistema massivo de aquisição de dados, “que em si representa um grande desafio”, foi um marco importante do projeto. No entanto, segundo ele, a parte mais nobre ainda está por vir, explicando que a partir do monitoramento online das máquinas, pode-se utilizar toda a expertise do Laboratório de Mecânica Aplicada do Cepel para incorporar sistemas especialistas de diagnóstico, ferramentas avançadas de simulação e análise de máquinas rotativas, além de uma série de algoritmos de computação cognitiva para extrair o máximo de informação dos dados e prover as melhores ferramentas de apoio à decisão.
“Nossa ambição é, a partir do SOMA, fazer de Itaipu uma referência internacional em monitoramento de usinas”, ressaltou o pesquisador.
Já a expectativa de Nilton é de que o sistema traga recursos e funcionalidades que auxiliem a superintendência de manutenção no acompanhamento do estado das unidades geradoras, na identificação de anormalidades e na prevenção de defeitos com maior agilidade e exatidão. “Assim, esperamos que o sistema seja uma ferramenta de manutenção preditiva muito efetiva, contribuindo para reduzir as atividades de manutenção preventivas e periódicas”, afirmou.
O Cepel também informou que engenheiros e técnicos das áreas de Manutenção e Engenharia de Itaipu passaram por treinamentos ministrados pelo Centro, visando a utilização do sistema e manutenção das unidades de aquisição.