O novo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira (8) que, atualmente, o maior desafio da área de infraestrutura no escopo de atuação do órgão, e que envolve especialmente o setor de energia, passa pela formação de uma carteira de projetos eficiente e adequada, que garanta um fluxo de aprovações estruturado para a instituição. Segundo ele, a correta construção desse pipeline é um ponto fundamental para que o banco auxilie melhor as empresas, não apenas garantindo a concessão do funding necessário aos empreendimentos.

“Essas são atividades fundamentais do BNDES, que conta com um corpo técnico extremamente habilitado para este trabalho”, afirmou Levy, durante a cerimônia de transmissão de cargo na Presidência da estatal, realizada no Rio de Janeiro. Durante discurso, Levy deu ênfase à transparência, não apenas nos negócios nos quais a empresa entrará daqui para frente, mas também em relação àqueles firmados no passado. A abertura da “caixa preta do BNDES” é tratada como prioridade pelo presidente Jair Bolsonaro, que já reafirmou o objetivo de dar publicidade a transações fechadas em governos anteriores.

As operações de crédito em projetos de fontes renováveis, em especial de geração eólica e solar, serão mantidas como foco principal do banco no setor de energia elétrica, disse Levy. Ele destacou a forte presença que essas fontes já ocupam na matriz energética brasileira, decorrente principalmente do grande crescimento apresentado pela eólica nos últimos anos, e também o potencial de expansão da geração distribuída na região Nordeste. O economista lembrou ainda o impacto positivo que o gás natural pode ter na classe industrial, desde que resolvidas questões regulatórias no Executivo e no Legislativo.

Eletrobras – O processo de desestatização da Eletrobras será outra prioridade no que tange ao setor elétrico, representando, em um primeiro momento, o principal esforço do banco na pauta de privatizações do governo. “A Eletrobras continua em discussão para ser privatizada, há o interesse do governo nesse sentido e nós estaremos aqui apoiando”, disse Levy, lembrando que o tema é de interesse da agenda econômica em curso. O apoio técnico do BNDES na desestatização de grandes empresas federais, a começar pela Eletrobras, potencializa a eficiência desses processos, disse o executivo.

“A privatização das empresas de distribuição elétrica federalizadas do Norte e Nordeste era algo que se arrastava há vinte anos. Hoje esse é um tema resolvido. Eu tenho a expectativa que vá haver uma melhora nos indicadores de desempenho dessas empresas que foram desestatizadas, inclusive em estados que obtiveram uma melhora nos índices sociais nos últimos anos”, destacou o presidente do BNDES. As distribuidoras de energia ligadas à Eletrobras que foram privatizadas em 2018 são Eletroacre (AC), Ceron (RO), Amazonas Energia (AM), Boa Vista Energia (RR), Cepisa (PI) e Ceal (AL).