A carga nacional de energia elétrica em dezembro atingiu 68.181 MW médios, variação positiva de 2,3% em relação ao valor verificado em dezembro de 2017. No acumulado dos últimos 12 meses, a carga apresentou avançou positivamente 1,5% em relação ao mesmo período anterior. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), apesar do ritmo lento do setor industrial, a ocorrência de elevadas temperaturas nos subsistemas Sul e Sudeste/Centro-Oeste, superiores às verificadas em 2017, explicam o aumento da carga.

“O menor número de dias úteis também contribuiu para o desempenho da carga, compensando parte do efeito das altas temperaturas. A taxa de crescimento de 2,1% na carga ajustada corrobora com essa afirmação, indicando que os fatores fortuitos, não econômicos, contribuíram positivamente com apenas 0,2% para a taxa de variação da carga do SIN em dezembro/18”, informa ONS no Boletim Mensal de Carga.

 

 

O setor elétrico brasileiro é divido em quatro subsistemas, sendo que o Sudeste/Centro-Oeste puxa o consumo do país. A carga resulta da soma das perdas técnicas do transporte de energia mais o consumo efetivamente medido pelo ONS.

DESEMPENHO POR SUBSISTEMA

De acordo com o relatório do ONS, a carga do Sudeste/Centro-Oeste alcançou 40.045 MW médios em dezembro, crescimento de 4,2% na comparação anual. No acumulado de 12 meses, avançou 1,8%. Mais uma vez, o fator temperatura elevada explica o desempenho.

O subsistema Sul demandou 11.894 MW médios, crescimento de 1,6% quando comparado com dezembro de 2017 e variação de 1,8% no acumulado do ano. “A ocorrência de temperaturas superiores ao mesmo período do ano anterior, principalmente em Porto Alegre, explica parte do comportamento da carga no período. Cabe ressaltar o aumento substancial dos indicadores de expectativas e confiança que vem sendo apresentado para o Rio Grande do Sul”, diz o relatório.

O Nordeste, com 11.074 MW médios, ficou praticamente estável na avaliação mensal, mas avançou 2,1% na comparação anual. “As temperaturas observadas abaixo da média no interior dos estados, provocada pela ocorrência de precipitação, bem como as temperaturas dentro da média nas capitas, justificam o desempenho da carga durante o mês”, esclarece o ONS.

O Norte apresentou variação negativa de 4,7% em dezembro, com registro de carga de 5.168 MW médios. Em 2018, a carga encolheu 2,3% nesse subsistema elétrico. Segundo o órgão, um grande consumidor livre na região tem apresentado significativa redução de carga desde meados de abril do ano passado. “A carga dos consumidores industriais eletrointensivos do subsistema Norte conectados à Rede Básica, que passou por expressiva contração ao longo dos últimos anos, mantém-se em patamar bastante reduzido desde meados do ano de 2014”, destaca o ONS.