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A retração nos níveis de energia natural afluente que o Operador Nacional do Sistema Elétrico vem apresentando nas seguidas revisões semanais do PMO para janeiro não é um evento inesperado. O El Niño no Pacífico, apesar deste não estar oficialmente declarado, está ativo e as condições meteorológicas mostram que o fenômeno está caracterizado. Associado a isso, há uma área de alta pressão que impede a chegada de chuvas nos reservatórios. Situação essa que deverá perdurar até o final de fevereiro, ou seja, dois meses após a redução dos volumes de chuva em pleno período úmido.
De acordo com a meteorologista e diretora de produtos da Climatempo, Patrícia Madeira, as condições de calor no Sudeste, seca no Nordeste e chuvas no Sul e Norte são alguns dos eventos que caracterizam o El Niño, que só não foi declarado porque o NOAA não está funcionando por conta do fechamento das atividades não essenciais do governo dos Estados Unidos.
“O período úmido para a meteorologia começou em meados de outubro, foi um início excelente com bastante chuvas em novembro até meados de dezembro. A partir de então as chuvas pararam e derrubaram as médias. A perspectiva é de que vejamos uma retomada na penúltima semana de fevereiro, ou seja, dois meses sem volumes próximos da média histórica em pleno período úmido”, explicou. “O que vemos é que 60 dias de menos chuva do que o normal em pleno período úmido impacta todo o ano”, declarou.
As projeções de ENA do ONS vêm caindo desde a apresentação do Programa Mensal de Operação. Originalmente eram esperadas vazões de 82% da média de longo termo no Sudeste/Centro-Oeste, uma semana depois o índice até foi elevado para 83%, mas na mais atual projeção o indicador esperado ao final de janeiro é de 74% da média histórica. No Nordeste a previsão inicial era de 47% e agora está em 44% da MLT. No Sul e no Norte passaram de 80% para 74% e de 105% para 84% da média, respectivamente.
Para março a perspectiva atual é de que o volume de chuvas deverá situar-se entre o normal e o pouco acima da média. Uma das explicações que podem ser atribuídas à irregularidade das chuvas no período que o país deveria formar suas reservas de água para o ano está no  fato de existir um bloqueio atmosférico, ao mesmo tempo em que na costa do Chile o Pacífico está mais frio que o normal e o Atlântico “bem mais quente, na casa de 2 a 3 graus”, segundo a meteorologista. “A redução das chuvas deve-se às causas oceânicas”, destacou. Além disso, os jatos baixos, que direcionam a umidade da Amazônia, que é a encarregada de transportar os famosos rios aéreos estão direcionando essa umidade para o estado do Rio Grande do Sul.
Em sua avaliação está chovendo no país, mas não na regularidade e nas regiões onde estão os reservatórios. Por isso, continuou ela, as ENAs para o final do mês estão reduzindo. Isso não significa que os reservatórios estão em processo de replecionamento. Os volumes, disse continuam a se elevar, mas o ritmo dessa recuperação está mais lento do que deveria. “Precisaríamos poupar água nessa época porque temos o período seco deste ano que vai chegar”, alertou.
Ainda nesta quarta-feira, 16 de janeiro, o ONS informou que a carga bateu, depois de cinco anos, dois novos recordes seguidos. Um na terça-feira com 85.800 MW de demanda instantânea e outro hoje às 15:31 horas os dados em tempo real apontaram 87.176 MW.
A preocupação encontra reverberação em dados apresentados em relatórios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, o InformaCCEE, sobre o acompanhamento diário do mercado. Na edição de 15 de janeiro, o valor apontado para o volume armazenado no SIN estava em 32,6% um nível próximo à curva de 2017, que no início do ano é melhor apenas que a de 2018. Considerando apenas o subsistema SE/CO, a curva de armazenamento da região está mais próxima do nível mais baixo para os primeiros meses de um ano (2018) com 28,9%. A projeção da CCEE para esse período era de que o armazenamento estivesse em quase de 40% de acordo com dados da revisão 0 do PMO.