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Assim como aconteceu na Petrobras, o governo não descarta a substituição de integrantes do Conselho de Administração de Itaipu, indicados como representantes do Brasil na hidrelétrica binacional. Os mandatos dos atuais conselheiros terminam em 2020, mas, com a nomeação do general da reserva Joaquim Silva e Luna como diretor-geral brasileiro da empresa, será feita uma reavaliação do conselho, e é possível a indicação de novos nomes para o colegiado
“No que diz respeito aos poucos conselheiros que são da União, evidentemente esse processo passa pelo ministério de Minas e Energia e nós vamos avaliar”, disse o ministro Bento Albuquerque, em entrevista na última quarta-feira (23). Ex-ministro da Defesa, Silva e Luna vai substituir Marcos Stamm na direção-geral de Itaipu. Ele ainda aguarda a nomeação no Diário Oficial da União, mas já se reuniu por duas vezes com Albuquerque para tratar da situação da hidrelétrica.
Entre os membros brasileiros do conselho de Itaipu, apenas um, o diplomata Pedro Miguel da Costa e Silva, foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro. Orlando Pessuti, Paulo Pedrosa, Adailton Teixeira, Samantha Meyer e Carlos Marun foram indicados no ano passado – os dois últimos já no apagar das luzes do governo Michel Temer. Samantha é ex-mulher do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, amigo pessoal de Temer, e Marun foi ministro-chefe da Secretaria de Governo do ex-presidente. O CA é composto ainda por um representante do Ministério das Relações Exteriores, cargo ocupado atualmente pelo diplomata Otávio Brandell.
Pedrosa, que vai reassumir no mês que vem a presidência da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), é um dos que pode ter sua situação reavaliada pelo general, com o aval do MME. “É uma pessoa que, penso eu, prestou relevantes serviços ao setor. Quanto ao conflito de interesse, nós vamos ter que verificar”, respondeu o ministro, ao ser questionado sobre a situação do executivo como liderança de uma entidade empresarial.
Nomeado em maio de 2017 para o conselho de Itaipu, o ex-secretário-executivo do MME disse à Agência CanalEnergia que se sente qualificado como técnico para atuar na função, e entende que não há conflito de interesses para justificar sua saída. Na avaliação de Pedrosa, “ter alguém no conselho que pense também como consumidor é do interesse do sistema”. Ele reconheceu, porém, que a vaga pertence ao governo. “Eu sempre respeitarei as decisões do governo, mesmo que sejam na direção de encerrar meu mandato antes do término”, afirmou.
Para Pedrosa, suas contribuições ao conselho vão no sentido de modernizar a gestão e preparar a empresa para o fim do regime atual de tarifa pelo custo, onde os custos são repassados aos consumidores de todo o Brasil.