Com o início do período de cheias no rio Madeira (RO), os participantes da primeira reunião da Sala de Crise do Madeira, que aconteceu na última quarta-feira, 23 de janeiro, decidiram aumentar a frequência das reuniões para acompanhamento da situação e na próxima semana foram agendados dois encontros nos dias 28 e 31 de janeiro, às 15h. As condições meteorológicas atuais e previstas, apresentadas pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais e pelo Serviço Geológico do Brasil, apontaram a possibilidade de precipitações importantes e a necessidade de um acompanhamento com periodicidade menor que um encontro por semana, neste momento.

Entre as providências acordadas na primeira reunião deste ano, ficou decidido que, caso o rio Madeira chegue a um metro de atingir o nível da pista da BR-364 em seu trecho crítico, o Operador Nacional do Sistema Elétrico passará a monitorar com boletins diários a situação dos níveis, vazões e operação dos reservatórios para preparar as medidas necessárias para manter o trânsito da BR-364. Este primeiro encontro também teve como objetivo nivelar as entidades participantes da Sala de Crise do Madeira sobre a situação atual do rio e da rodovia BR-364, que pode ter seu trânsito afetado pela cheia. Com o início de novas gestões nos governos estaduais, novos atores foram incorporados ao processo.

A estrada é rota para abastecimento do estado do Acre e um eventual impedimento de trânsito por ela irá isolar o estado do resto do país. O governador do Acre, Gladson Cameli, participou presencialmente da reunião da Sala de Crise neste primeiro encontro.

Atualmente, a ANA coordena quatro Salas de Crise voltadas à gestão de eventos críticos de secas e cheias. O objetivo é avaliar a situação e as ações voltadas a proteger a população dos impactos da cheia do rio Madeira. A sala é instituída sempre no mês de janeiro, no início do período de cheias. Neste ano a primeira reunião foi agendada para o dia 23 de janeiro, mas poderia ter sido realizada em data anterior, caso a vazão afluente à hidrelétrica de Jirau atingisse 34 mil m³/s. No dia 21 de janeiro, a defluência na usina estava em 30.790 m³/s, tendo chegado no maior nível neste ano hidrológico em 19 de janeiro, de 31.978 m³/s. As áreas de cabeceira da bacia do Rio Madeira têm recebido precipitações abundantes no início de 2019 devido a uma área de alta pressão atmosférica que dificulta a passagem das chuvas para outras regiões, havendo uma concentração de chuvas naquele local e aumentando a defluência do rio Madeira.

O grupo monitora e analisa a evolução das chuvas, das vazões e cotas do rio, e dos níveis e da operação das usinas hidrelétricas instaladas no curso do rio Madeira. Essas informações são usadas para a preparação dos entes envolvidos no sentido de proteger as pessoas e a infraestrutura local. Participaram da abertura da Sala de Crise do rio Madeira representantes dos seguintes órgãos: Ministério da Infraestrutura, Desenvolvimento Regional, Minas e Energia, Transportes, ONS,  Serviço Geológico do Brasil, Aneel, Antaq, Casa Civil da Presidência da República, Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Governo de Rondônia, Governo do Acre, Ibama, Inmetro, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia e dos empreendedores responsáveis pelas hidrelétricas instaladas no rio Madeira.