A Agência Nacional de Águas informou nesta sexta-feira, 25 de janeiro, que os rejeitos de minério do rompimento de uma barragem da Vale deve chegar a hidrelétrica Retiro Baixo em dois dias. Isso, de acordo com a ANA, deve amortecer a onda de rejeito. A usina está a 220 quilômetros do local do acidente.

A ANA informou que está em “constante comunicação com os órgãos e autoridades federais e estaduais, inclusive no âmbito de recente Acordo de Cooperação sobre Segurança de Barragens, que está permitindo troca facilitada e mais rápida de dados sobre a situação no local do evento”. A Agência acrescentou que está monitorando a onda de rejeito e coordenando ações para manutenção do abastecimento de água e sua qualidade para as cidades que captam ao longo do rio Paraopeba.

A Agência Nacional de Energia Elétrica disse que já pediu informações a Cemig e Furnas, concessionárias de Retiro Baixo, e também ao Operador Nacional do Sistema Elétrico. A Aneel quer saber qual é o volume de espera da barragem, que é o quanto ela consegue segurar de rejeitos.

A Aneel informou ainda que realizou fiscalização no ano passado na UHE Retiro Baixo e que a o reservatório da usina está dentro das normas de segurança previstas. No rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG), a hidrelétrica Candonga, também da Cemig, segurou 80% dos rejeitos de mineração que foram carreados pelo Rio Doce.

A Cemig informou que está atuando para garantir a segurança da barragem da termelétrica Igarapé, localizada no rio Paraopeba, para que possíveis impactos sobre a instalação sejam minimizados. A empresa disse ainda que a mesma ação está sendo realizada na hidrelétrica Três Marias, do qual o Paraopeba é afluente.

A empresa desligou o fornecimento de energia para a Mina do Feijão, em Brumadinho, para garantir a segurança dos envolvidos nos resgates às vítimas do rompimento da barragem. A Cemig deslocou equipes, que estão atuando em conjunto com as autoridades. “Ainda não há um levantamento sobre os danos causados ao sistema elétrico durante a ocorrência, mas a rede elétrica próxima ao curso dos rejeitos será desligada por questões de segurança”, concluiu.