O consumo de gás natural pela indústria em novembro chegou aos 29,3 milhões metros cúbicos/dia, representando o terceiro maior patamar em 2018. O número afere crescimento de 2,7% em relação ao registrado em outubro e uma alta de 4,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Os números constam no levantamento estatístico da Abegás, realizado com concessionárias em 20 estados e que também apontou alta de 4,5% no acumulado do ano em relação ao registrado nos onze meses iniciais de 2017.

Para o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, a indústria é um motor de desenvolvimento do país, que tem uma grande oportunidade para acelerar o ritmo de recuperação da economia pós recessão. “A indústria do gás natural pode ser um alicerce dessa retomada, uma vez que o gás é uma fonte de energia essencial para o setor industrial, que gera renda e empregos de qualidade”, avaliou.

Salomon entende que os próximos anos serão fundamentais para o aceleramento do ritmo de recuperação econômica pós recessão, o que irá promover seu fortalecimento. Segundo a Abegás, o setor tem potencial de expansão e capacidade para atrair em média US$ 32 bilhões em investimentos.

O executivo também se mostrou otimista com relação ao posicionamento do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, com relação à necessidade de inclusão das térmicas na base do sistema elétrico – garantido a operação do sistema com a entrada das novas fontes renováveis – e também com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que vê a necessidade de implementação de novos usos para o gás natural com o objetivo de monetizar o gás bem como o petróleo produzidos no pré-sal.

“Acreditamos ainda que o remodelamento do marco regulatório do setor, em tramitação no Congresso Nacional, e a adoção de medidas infralegais, abrem condições para que o Brasil possa concretizar esse volume de investimentos, fomentando a construção de infraestrutura, aumentando a competitividade e estimulando a oferta e a demanda”, completou Salomon.

Em novembro, o consumo total de gás natural foi de 55,1 milhões metros cúbicos/dia, retração de aproximadamente 22,5% em relação a setembro, quando o volume chegou a 71,1 milhões metros cúbicos/dia. O motivo principal é a queda no despacho térmico, o menor desde julho de 2016. Na comparação da média do acumulado, o número é estável.

Outros segmentos

Dentro dos segmentos avaliados pela Associação, um dos destaques é o GNV, que segue em expansão, com o consumo tendo crescido 0,7% em novembro ante outubro e 14,4% na comparação com 2017. Na média do acumulado, a alta é de 12,5%.

Nas residências, a elevação das temperaturas diminuiu o consumo de gás nos chuveiros, e a queda no segmento foi de 7%. O segmento comercial teve um consumo 4,6% menor que o mês anterior, mas na comparação com 2017 teve aumento de 6,9%. A evolução do acumulado é de 8,7% positivos.

Na geração elétrica, com o desligamento das algumas térmicas, determinado pelo CMSE, o consumo termelétrico apresentou retração de 53,3% em novembro na comparação de outubro e 61,2% antes os dados de novembro de 2017. Na média do acumulado, a queda é de 5,1%, número que impacta no consumo total de gás natural. A cogeração teve queda de 3,1% em relação a outubro e alta de 8,3% no acumulado do ano.

Quanto as regiões, os destaques foram para a expansão de 51,3% no consumo residencial no Centro-Oeste, e de 32,5% no consumo de GNV na região Sul, todos na comparação com o mesmo mês do ano anterior.