O Ministério de Minas e Energia discute um plano de contingencia para atendimento a Roraima, caso ocorra a suspensão do suprimento de energia da Venezuela para o estado. A alternativa já testada no ano passado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico é o uso de usinas do parque térmico local, que atendem parte da demanda da capital Boa Vista.

O plano para substituir a importação de energia do país vizinho foi discutido pelo secretário de Energia Elétrica, Ricardo Cyrino, em reunião com o governador de Roraima, Antonio Denarium; o diretor-presidente da Roraima Energia, Orsine Oliveira; e os diretores da Agência Nacional de Energia Elétrica André Pepitone e Efrain Cruz. O encontro aconteceu na manhã desta quarta-feira, 30 de janeiro, no MME.

“Seria o abastecimento full em sistema isolado por parte do Brasil”, explicou Cruz. O diretor da Aneel reconheceu que o acionamento pleno das termelétricas no estado aumentam o custo da Conta de Desenvolvimento Energético, que terá esse ano despesas de mais de R$ 20 bilhões. Lembrou, no entanto, que o governo já trabalha com uma solução que vai contribuir para a redução dos subsídios da CDE, que é a contratação de energia de fontes renováveis.

O MME abriu consulta pública com as diretrizes do leilão para atendimento a Boa Vista e localidades conectadas. O certame  previsto para 16 de maio vai negociar contratos com início de suprimento em 1º de janeiro de 2021. O edital com as regras terá de ser aprovado pela agência reguladora.

Parte das térmicas do sistema de Boa Vista pertencem ao Grupo Oliveira, que arrematou a distribuidora de energia de Roraima em leilão no ano passado, em parceria com a empresa Atem.

Testes

A instabilidade no suprimento de energia elétrica provocada pelo agravamento da crise na Venezuela levou o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico a autorizar a realização de testes no parque térmico da Boa Vista no ano passado. As usinas foram acionadas de 16 a 25 de setembro para atendimento à carga total e evitaram os frequentes blecautes na cidade nesse período.

Além de coordenar os testes, o Operador Nacional do Sistema Elétrico também implantou o Esquema Regional de Alívio de Carga. O Erac permite à distribuidora local desligar parte da carga gerada para regularizar a frequência e evitar a propagação de eventuais apagões.