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A procura por estabelecer uma rede de infraestrutura de abastecimento de carros elétricos é um dos grandes desafios que o mercado nacional deve encarar atualmente. Apesar de estudos apontarem que a grande maioria dos recarregamentos desses veículos será realizada em dois períodos bem definidos: durante a noite enquanto o veículos estiver parado ou ao longo do período em que estiver parado no local de trabalho, ter uma rede de postos bem pulverizada é importante para atribuir segurança ao consumidor.
Na avaliação do presidente da empresa brasileira ZEG, Daniel Rossi, o trabalho para o estabelecimento dessa rede deve ocorrer de forma gradual e já está em curso. Para ele, o mercado de VEs já é uma realidade e não é mais possível pensar apenas que carros movidos a energia elétrica é coisa para o futuro. Inclusive, está no escopo de novos negócios da companhia que dirige.
O executivo explicou que a empresa vem investindo neste segmento e está com a estratégia de estabelecer-se por meio de uma rede de recarregadores desses veículos. Em princípio, a ideia é a de estabelecer os equipamentos na rede de concessionárias da Jaguar. Esse movimento vem na esteira da participação da empresa como principal patrocinadora de uma equipe brasileira que disputa a i-Pace eTrophy que é formada por carros da marca inglesa e disputada preliminarmente a algumas etapas da Formula-E.
“Colocamos nosso pé na mobilidade elétrica por meio do abastecimento, o objetivo é entender o mercado e a partir daí como criar um modelo de negócio que pode ser replicado no Brasil”, revelou o executivo. Inicialmente serão de duas a três unidades de abastecimento em cada concessionária. A meta é de nos próximos 12 meses estudar os resultados, modelar o negócio e expandir o negócio.
Rossi lembrou que esse movimento de montadoras não é uma exclusividade da Jaguar. Ele comentou que a empresa tem contatos com as mais diversas marcas e todas têm a visão de que os próximos anos serão de uma grande expansão dos elétricos. Hoje, concordou, o preço é mais elevado para o padrão brasileiro, mas passaremos a ter carros mais baratos no futuro. E essa caraterística no país é até benéfica, pois se os valores fossem mais baixos poderia existir um problema com a infraestrutura existente.

“Se houvesse uma forte popularização do carro elétrico nesse momento não teríamos infraestrutura para atender a demanda, este seria um gargalo importante. Então, para um início de mercado como temos no Brasil, eu arrisco a dizer que é saudável para o setor termos o atual cenário de preços, pois isto nos permite construir o mercado para que este possa amadurecer de forma saudável e preparar a indústria para os preços mais competitivos, um fator que em algum momento chegará”, destacou.

Por isso, acrescentou ele, ao ritmo de crescimento das vendas é possível ver a rede de atendimento ao veículo elétrico expandir ao mesmo tempo e assim estar preparada para o futuro de forma gradual. “Em algo entre sete e oito anos é capaz que tenhamos o veículo elétrico entrando em massa no mercado nacional, mas em no máximo 4 anos já deveremos ver essa opção de mobilidade fazendo parte do dia a dia”, estimou.
Rossi acredita que o mercado de veículos elétricos individuais deverá andar em paralelo ao desenvolvimento do transporte público e de cargas, apontado como a forma de trazer mais escala ao mercado nacional. Além disso, lembrou, é necessária a oferta de serviços a esses consumidores, de qualquer porte.

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