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A multinacional suíça ABB está otimista com as perspectivas de novos negócios que o mercado brasileiro de veículos elétricos (VE) pode apresentar. Um dos motivos é a recém iniciada construção de infraestrutura para recarga e prestação de serviços que o país abre ao passo que as vendas dos VEs avançam por aqui. A empresa vê no país um grande potencial de crescimento até por ser o maior país da região e o mais populoso. Contudo, ainda estamos atrás do Chile em termos de desenvolvimento.

Um dos sintomas é o anúncio no final de janeiro no qual a companhia fechou acordo para fornecer 20 carregadores rápidos para uma rede de postos de combustíveis chilena, a Copec formando a maior rede comercial instalada na América do Sul, conectando as cidades de Marbella e Concepción, cuja distância entre elas é de 700 quilômetros de distância e com projeto  de expansão para chegar a mil quilômetros.

Os produtos fornecidos à empresa chilena são os mesmos disponibilizados ao Brasil, são 19 unidades com 50 kW de potência que podem carregar um veículo em 20 minutos e outro modelo de 175 kW cuja capacidade é de carregar um carro entre 8 e 10 minutos.

De acordo com o presidente da ABB nas Américas, Greg Scheu, o veículo elétrico é uma parte importante dentro da estratégia da companhia no ambiente de novas tecnologias que o setor elétrico vem vivenciando e passa pelo conceito de cidades inteligentes e pela expansão das renováveis intermitentes. “Para os veículos elétricos nos temos o e-mobility, como uma importante parte da estratégia da ABB. Colocamos junto a eletrificação da mobilidade, software em nuvem, internet, conectividade olhando para o futuro que é elétrico”, disse ele à Agência CanalEnergia.

Ele baseia seu entusiasmo com o futuro da mobilidade lembrando que diversas das marcas mundiais do setor elétrico já estudam ou anunciaram planos para entrar de vez nesse mundo, como a alemã Volkswagen em 2025. Mas cita ainda gigantes mundiais como a Audi, Porsche, Ford e outras.

“O mercado brasileiro está em seus estágios iniciais para a mobilidade elétrica, é naturalmente um país com grande oportunidade devido às perspectivas que apresenta”, comentou ele. No momento ele vê o mercado ainda restrito a um nicho de mais alto luxo, mas a tendência é de que esse mercado aproxime-se de valores mais baixos e assim o país veja uma maior popularização desses veículos.

“A tecnologia vem mudando rapidamente e mais montadoras estão chegando ao mundo dos VEs, mas no momento precisamos que a infraestrutura seja construída e para isso precisamos de diferentes atuações de empresas e de agentes públicos para que alcancemos um novo estágio para o mercado”, acrescentou ele.

A ABB, há uma base instalada de cerca de 350 carregadores de veículos elétricos. Apesar de estarmos atrás do Chile em termos comerciais, a maturidade do mercado nacional pode fazer com que a companhia nacionalize o centro de monitoramento desses equipamentos. Essa ação é apenas intermediada pela equipe local, sendo realizada na Holanda.

A empresa possui uma gama de produtos para o carregamento que inclui desde o chamado wallbox, de 4,6 kW que é instalado em residências até os de maior porte que chegam a 600 kW destinado a veículos pesados. Segundo Marcelo Vilela, gerente geral para Produtos de Eletrificação da ABB no Brasil, o monitoramento é apenas um dos serviços que podem ser oferecidos. A empresa, além de atender à norma básica que  é padrão no mercado, afirma que disponibiliza ainda até 200 outras opções de parâmetros de monitoramento. Esses equipamentos, lembrou, estão inseridos na plataforma Ability da companhia que tem um alcance mais amplo no ambiente do setor elétrico.

Segundo ele, o carregamento de VEs vai trazer uma perspectiva de novos negócios mais amplo não somente para os veículos individuais. Um mercado interessante é o de transporte de passageiros e até mesmo de carga com carregadores rápidos no estilo pantográfico que aproveita paradas de veículos em pontos específicos para manter o nível das baterias em um patamar médio durante o dia, permitindo assim a adoção de um componente de menor porte e, consequentemente, mais leve, uma característica importante para os VEs.

A perspectiva de mercado é corroborada por um estudo lançado nesta terça-feira, 5 de fevereiro, pela Universidade Columbia (Estados Unidos) sob o título Carregadores de Veículos Elétricos na China e nos Estados Unidos (na tradução livre do inglês). A publicação aponta que à medida que essa indústria crescer nos próximos anos, uma melhor compreensão das abordagens feitas nos dois países alvo do estudo pode ajudar os formuladores de políticas, empresas e outras partes interessadas em ambos os países e em todo o mundo.

A publicação lembra que há cerca de 1,5 milhão de carregadores para veículos elétricos instalados globalmente. Apesar deste número, esse volume ainda é considerado como em seus estágios iniciais para a construção da infraestrutura deste novo mercado, que tende a crescer rapidamente nos próximos anos, ao passo que as vendas desses veículos avançam.

De acordo com o estudo, o número de carregadores está projetado para crescer rapidamente. à medida que o estoque de veículos elétricos cresce. Esse desenvolvimento exigirá novos padrões de comportamento e modelos de negócios. Tanto na China quanto nos Estados Unidos, muitos tipos de empresas começaram a oferecer serviços de carregamento de veículos elétricos, com uma série de modelos e abordagens de negócios que se sobrepõem. A análise indica que um número crescente de parcerias está surgindo, envolvendo empresas de cobrança independentes, fabricantes de automóveis, concessionárias de serviços públicos, municípios e outros.

E lembra que a indústria de carregamento de veículos elétricos é um setor altamente dinâmico com uma ampla gama de abordagens. “A indústria está emergindo dos seus primeiros passos com a eletrificação, a mobilidade como serviço e a autonomia do veículo interagem para produzir mudanças de longo alcance no transporte”, indicou a publicação.

*O repórter viajou a convite da ABB