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O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) anunciou nesta segunda-feira, 11 de fevereiro, a criação de um Comitê de Governança de Operações, com objetivo de garantir as melhores práticas de mercado nos negócios feitos dentro da plataforma. O novo comitê se junta a outros cincos já em atividade, voltados para assuntos sobre finanças, produtos, jurídicos, tecnologia e inovação.

Segundo o presidente do BBCE, Victor Kodja, a criação de um comitê de governança era algo estudado internamente desde agosto de 2018, mas a aprovação do projeto só aconteceu na assembleia de acionistas em 11 de dezembro de 2018. Por coincidência, a primeira reunião deste comitê aconteceu no dia 6 de fevereiro, cinco dias após o default da Vega Energy no mercado livre vir a público.

BBCE quer liderar discussão sobre melhores práticas no mercado de energia elétrica.
Victor Kodja, da BBCE

Kodja disse que algumas operações da Vega foram registradas na BBCE, mas ressalta que são as empresas que escolhem com quem vão fazer negócio. “Pretendemos aprimorar os processos de operação dentro da plataforma, de modo a ter uma visão mais homogenia das ações e já se preparando para o que deve vir no próximo mês. Temos a expectativa de conseguir a autorização da CVM [Comissão de Valores Mobiliários] para atuar como mercado organizado”, disse o executivo à Agência CanalEnergia.

Segundo Kodja, a ideia é criar um banco de informações e ferramentas que permitam identificar “movimentos especulativos”, de ordens fora de padrão a até riscos das empresas. O rombo de R$ 200 milhões deixado pela Vega Energy no mercado livre aconteceu justamente porque a empresa realizou operações de alto volume no mercado apostando na queda do Preço de Liquidações das Diferenças (PLD). O preço subiu e a empresa não tinha musculatura financeira para suportar essa exposição.

Para Kodja, essa alta alavancagem da Vega só aconteceu porque o mercado permitiu ou não conhecia os riscos da contraparte. “Isso que a gente quer oferecer, dar uma boa ideia do risco de mercado, de exposição das empresas. A BBCE quer liderar essa discussão, seja através do mercado, do comitê ou interagindo com a CCEE [Câmara de Comercialização de Energia Elétrica]“, disse o executivo. “A BBCE tem tecnologia para oferecer ao mercado uma segurança cada vez maior do risco de contrapartes”, completou.

NOVO SÓCIO

A BBCE deve anunciar nessa semana a entrada da italiana Enel em seu quadro de sócios. Agora, a plataforma agora conta com 33 acionistas. Criada em 2012, a BBCE busca ser a principal fonte de liquidez e crescimento do mercado livre de energia, onde consumidores podem comprar energia diretamente dos fornecedores.

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