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O despacho fora da ordem de mérito autorizado pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico evidencia a necessidade de avanços nos aperfeiçoamentos no modelo do setor, de acordo com associações ouvidas pela reportagem da Agência CanalEnergia. Para Xisto Vieira, presidente da Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas, a situação de acionamento de térmicas vai voltar a se repetir devido ao panorama hidrológico. “Estamos com um problema estrutural que precisa ser resolvido” afirma o executivo, que elogiou a decisão do CMSE, mas acredita que ela já poderia ter sido tomada.

Ele classifica a situação do sistema desde o começo do século como um ‘pêndulo elétrico’, em que quando chove está tudo bem, mas na seca se aciona térmicas de vários preços. Vieira lembra que todo o mundo está fazendo a expansão com renováveis e usando termelétricas movidas a gás ou nucleares. Ele citou ainda as críticas ao leilão de potência térmica e que está sendo jogada uma série de roleta todo ano. Ele lembrou que é um momento propício para uma expansão de térmicas, com oferta de GNL, gás do pré-sal, preços baixos no mercado internacional e possibilidade de gaseificação do carvão da região Sul.

Para Paulo Pedrosa, da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres, a GFOM é conceitualmente uma espécie de distorção e traz um desequilíbrio natural, acabando por prejudicar o consumidor que se contratou no longo prazo, já que agora ele estará pagando por um custo que não estava previsto. Ele dá como exemplo uma indústria que tenha produzido e vendido o produto, mas que depois tenha que pagar uma conta de energia que mostra que ele perdeu dinheiro na venda. “O GFOM traz esse desequilíbrio, ele afeta principalmente quem se contratou no longo prazo e deveria estar protegido nessa situação”, avisa. Ele também considerou correta a decisão do CMSE, mas pregou a necessidade de transparência com a publicidade dos encargos, custos e deslocamento do GSF.

O presidente da Abrace pede um trabalho para que comportamentos oportunistas de mercado sejam coibidos e que o risco seja distribuído de modo mais adequado entre os agentes. “O despacho fora da ordem reafirma a importância de avançarmos com os aperfeiçoamentos”, salienta. Pedrosa lembra ainda que pela complexidade do setor, o despacho fora do mérito também traz uma série de consequências ao mercado, como influenciar no GSF e nos preços futuros.