O Cepel e o Instituto Nacional de Tecnologia (INT) estabeleceram um acordo de cooperação técnica entre as instituições com o objetivo de realizar projetos de pesquisa de interesse do setor elétrico na área de corrosão microbiológica e biofouling (bioincrustação). O acordo, que envolve o Laboratório de Corrosão do Centro e o Laboratório de Biocorrosão e Biodegradação do INT, também visa ao compartilhamento de ensaios e conhecimento técnico relacionados com acúmulo e crescimento de colônias de micro-organismos, algas e moluscos sobre estruturas submersas.
O pesquisador Elber Vidigal Bendinelli, do Laboratório de Corrosão do Cepel, destacou que o primeiro tema a ser abordado no acordo é o estudo de alternativas técnicas ecologicamente sustentáveis para o combate ao mexilhão dourado. Originário da Ásia, esse molusco chegou acidentalmente a América do Sul em meados da década de 1990 e se tornou um grande problema para as empresas do Grupo Eletrobras. “Essa espécie tem a capacidade de aderir a comportas, partes metálicas submersas e paredes de tubulações, causando aumento da perda de carga do sistema, desgaste precoce das bombas e, em alguns casos extremos, até obstrução total das tubulações”, explicou.
Elber ressalta que a espécie já foi detectada em quase toda a região Sul do Brasil e em vários pontos do Sudeste e Centro-Oeste do país, principalmente nos lagos das grandes hidrelétricas. “Por ter uma grande capacidade de reprodução e dispersão, além de praticamente não ter predadores na fauna brasileira, o mexilhão se espalha com rapidez, tornando-se, portanto, uma grande questão econômico-ambiental”, assinalou.
Nesse contexto, o pesquisador acrescenta que o escopo do convênio Cepel-INT prevê o desenvolvimento de novos biocidas ecologicamente sustentáveis para evitar a proliferação deste molusco no interior das tubulações, bem como o estudo de novos tratamentos de superfície e de tintas anticorrosivas capazes de evitar a aderência do mexilhão dourado a superfícies metálicas submersas.