O diretor-presidente da Gás Natural Açu, Bernardo Perseke, afirmou em Brasília que ainda está em avaliação pelos acionistas uma eventual participação da empresa em novos leilões de energia elétrica, e condicionou essa decisão às condições que estiverem presentes no momento pré-certame. “Depende das condições de governo, condições de aproveitamento do gás, beneficio fiscal. Enfim, tem uma série de coisas que tem de ser definidas para a gente tomar a decisão final de participação em novos leilões.”

Perseke assinou nesta segunda-feira, 18 de fevereiro, o contrato de adesão do terminal privativo do Porto do Açu, que vai abrigar o maior complexo termelétrico a gás natural da América Latina. Em entrevista coletiva logo após a cerimônia no Ministério da Infraestrutura, ele disse que a empresa vai “trabalhar nas condições de contorno dos próximos leilões.”

Parceria entre a Prumo Logística, a BP e a Siemens, o projeto da GNA inclui a construção de um terminal de regaseificação de GNL e a instalação de duas usinas termelétricas com capacidade total de 3 GW, contratadas em leilão de energia de 2014. Os investimentos previstos para os projetos das térmicas GNA1 (1,3 GW) e GNA2 (1,7 GW) e o terminal de regaseificação do Porto do Açu, além de duas outras térmicas e um terminal onshore previstos, somam R$ 16,5 bilhões.

A empresa tem licença ambiental para a instalação de mais 3,4 GW em térmicas, que estão prontos para entrarem em leilão. O executivo disse que a distribuição dessa capacidade em um ou mais projetos vai depender da configuração que a GNA vai levar para um futuro certame. “Depende muito de como a gente configura as máquinas, mas praticamente mais que dobra o investimento inicial planejado pelos acionistas”, disse o executivo.

O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Felix, destacou que o projeto tem importância estratégica, porque envolve inicialmente a produção de energia termelétrica a partir da importação de Gás Natural Liquefeito e, posteriormente, vai permitir o uso do gás natural produzido no litoral do Rio de Janeiro. Os empreendimentos, lembrou, estarão localizados no centro de carga.

O diretor-presidente da Associação dos Terminais Privados, Murilo Barbosa, afirmou que o Porto do Açu vai investir mais de R$ 20 bilhões, considerando o investimentos das duas termelétricas e do terminal de regaseificação. “Já estamos conectados ao mundo, com 17 km de cais. Nosso desejo é estarmos mais conectados com o Brasil”, acrescentou.

(Nota da Redação: matéria alterada às 15:19 horas do dia 19 de fevereiro de 2019 para complementar informação sobre os investimentos colocada no terceiro parágrafo)