O diretor executivo e gerente-geral da Terna, Luigi Ferraris, anunciou em entrevista coletiva que a empresa pensa em ampliar os investimentos no Brasil, especialmente em novos projetos, e não descarta a participação nos próximos leilões de transmissão no país. “Estamos estudando os parâmetros para poder participar”, disse o executivo, que veio a Brasília para a inauguração da LT Santa Maria- Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. A cerimônia aconteceu nesta terça-feira, 19 de fevereiro, na embaixada da Itália.
Além dos 158 km de linha na região Sul, a companhia é responsável pela instalação de um projeto de transmissão em Mato Grosso com 350 km de extensão e operação prevista para o primeiro semestre desse ano.
Ferraris, que nunca havia estado no Brasil, destacou que país é o que tem maior potencial para investimentos na América do Sul. A empresa está concentrada em novos projetos e considera a possibilidade de parcerias com empresas estatais ou privadas. A compra de ativos, inclusive estatais, também não está descartada. Estão em estudo, por exemplo, instalações de transmissão em Minas Gerais, segundo o diretor-executivo na Terna no Brasil, Claudio Marchiori. “Hoje existe já sociedade com empresa brasileira e nada impede que possamos fazer mais. Estamos atentos a todo passo. Preferimos greenfield hoje, mas não tem nada fechado, nada excluído”, disse Ferraris.
O grupo italiano avalia investir no Brasil aproximadamente € 120 milhões de um total de 300 milhões de euros previstos no plano estratégico 2018-2022 para atividades internacionais. O diretor executivo da Terna Plus, Giovanni Cerchiarini, destacou que a empresa está aberta a possibilidades, especialmente em novos projetos com operação por 30 anos.
“O Brasil é a parte mais importante do que estamos pensando em investir”, informou Cerchiarini, que é responsável pela parte de energias renováveis da Terna na América Latina. Perguntado sobre o perfil da empresa como investidor, o executivo respondeu que no momento a Terna procura participar de leilões onde existe sinergia com projetos que a empresa já explora. É possível, no entanto, que ela possa participar de projetos que não preencham essa condição.
Estão nos planos da empresa investir em empreendimentos de energia renovável, com soluções que integrem esses projetos à rede e a sistemas de armazenamento de energia, como acontece na Itália. A ideia é aproveitar no Brasil a experiência que empresa já tem nessa área.
“Na Itália, temos a responsabilidade de gerenciar a rede e garantir a segurança do sistema energético. Aqui é diferente. Pensamos que, no futuro essas competências podem ser exploradas aqui”, disse o executivo da Terna Plus. Ele acredita que vai ser importante a distribuição das renováveis que não são programáveis, com o armazenamento da energia produzida em excesso e não consumida durante o dia. “Acreditamos ter experiência o suficiente para por em operação tudo isso.”