Pressionados a apresentar até o próximo dia 25 um plano emergencial para reverter a queda dos indicadores de qualidade da Enel Goiás (antiga Celg Distribuição), executivos do grupo italiano discutiram a situação em reunião nesta quarta-feira ( 20) com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e diretores da Aneel. Segundo a agência reguladora, os problemas da distribuidora são de gestão, e não de falta de investimentos, e um dos pontos a serem melhorados é o atendimento ao consumidor.

A Enel informou que nos últimos dois anos investiu R$ 700 milhões na empresa, privatizada em 2016. Antes da federalização, a Celg – que era estadual – tinha investimento de R$ 190 milhões por ano. Quando passou para o grupo Eletrobras, os recursos aplicados anualmente na concessão aumentaram para R$ 260 milhões.

A distribuidora enfrentava problemas com os indicadores de qualidade da prestação do serviço antes de ser privatizada, mas esses índices têm piorado segundo a Aneel. A fiscalização do órgão aponta também a degradação dos índices de qualidade relacionados ao call center (teleatendimento) e ao atendimento presencial. “Isso foi colocado para a Enel e exigido dela uma resposta imediata”, disse o diretor-geral da agência, André Pepitone, na saída da reunião.

O plano que a empresa vai apresentar segunda-feira à Aneel deve detalhar as medidas a serem adotadas, investimentos e prazos de execução. “Como o plano é emergencial, as ações têm que ter prazo até 31 de dezembro de 2019”, lembrou o diretor da autarquia.

Os presidentes da Enel Brasil, Nicola Cotugno, e da Enel GO, Abel Rochinha, saíram sem comentar o assunto. Está previsto para o fim da tarde de hoje um encontro dos executivos da companhia com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Além da questão da qualidade, a Enel GO enfrenta problemas com uma lei aprovada pela assembleia legislativa do estado que obriga a empresa a assumir dívidas administrativas e judiciais contraídas entre 2012 e 2015. A lei que autorizou a venda da distribuidora previa que débitos existentes até janeiro de 2015 seriam pagos com recursos de um fundo criado pelo governo de Goiás. O caso deve parar na Justiça.