O edital com as regras de contratação de energia e de potência para atendimento a Boa Vista e localidades conectadas, em Roraima, ficará em audiência pública de 27 de fevereiro a 29 de março. O leilão marcado para 31 de maio vai negociar contratos com início de suprimento em 28 de junho de 2021, com soluções que incluem fontes de energia renováveis ou tradicionais.

No produto Energia, os contratos de suprimento têm duração prevista até 31 de dezembro de 2035. O prazo é o mesmo na modalidade potência para a contratação de soluções de suprimento que tenham como fontes primárias gás natural ou renováveis, incluindo uma possível composição dessas fontes, contendo ou não tecnologias de armazenamento de energia. Para a contratação de potencia de outras fontes, o término de suprimento é 31 de dezembro de 2027.

Os novos empreendimentos deverão substituir o parque térmico local, que opera com óleo diesel e tem custo elevado. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, as despesas anuais com o combustível dessas usinas chega a R$ 777 milhões.

A logística para abastecimento dessas usinas também é complicada, porque mobiliza diariamente 70 caminhões tanque. Com a geração térmica, são emitidas 2.600 toneladas de CO2 por dia, correspondentes a 1 km² de desmatamento da Amazônia a cada 29 dias.

A importação de energia da Venezuela atende cerca de 70% da carga da região, mas o Brasil tem usado 30 MW durante o dia e 120 MW à noite. Em 2018, foram registrados 72 blecautes com origem na Venezuela, e mais 13 originados da geração térmica local.

A solução estrutural para os problemas de abastecimento é a integração da capital ao Sistema Interligado Nacional, por meio da linha de transmissão Manaus- Boa Vista. O governo tem discutido uma solução para o empreendimento, que não saiu do papel por dificuldades de licenciamento ambiental. Com o leilão, a ideia é garantir o suprimento de energia por 15 anos, independentemente da instalação da linha.

A Aneel também tem trabalhado em um projeto piloto no estado que prevê a realização de um leilão de eficiência energética até o fim do ano. A proposta é reduzir a carga local em 4 MW médios anuais pelo período de cinco anos. O projeto servirá de referência para futuros leilões desse tipo em outras partes do país.