A Petrobras não pretende negociar a venda do seu parque termelétrico em bloco, dentro do programa de desinvestimentos que está sendo executado pela empresa. De acordo com o diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores da petroleira, Rafael Grisolia, a ideia é que as conversas com potenciais investidores ocorram em torno de ativos específicos, como já acontece com projetos nas áreas de refino e exploração, tanto onshore quanto offshore em águas rasas. Ele destacou que, por ora, as usinas geradoras não fazem parte da carteira de negociação.
“As térmicas não integram, neste momento, os projetos de desinvestimento já anunciados e colocados ao mercado para negociação. Não são projetos que estão numa fase de receber propostas”, disse Grisolia, durante entrevista coletiva concedida à imprensa nesta quinta-feira (28) na sede da empresa, no Rio de Janeiro, para apresentar os resultados financeiros do ano passado. O executivo observou que o processo de venda está baseado na gestão de portfólio, onde cada ativo é analisado isoladamente a partir de oportunidades específicas de cada projeto.
O parque termelétrico da Petrobras é composto por TermoCeará (CE – 220 MW), Bahia I (BA – 32 MW), Rômulo Almeida (BA – 138 MW), Celso Furtado (BA – 186 MW), Jesus Soares Pereira (RN – 323 MW), Aureliano Chaves (MG – 226 MW), Juiz de Fora (MG – 87 MW), Luís Carlos Prestes (MS – 386 MW), Mario Lago (RJ – 923 MW), Governador Leonel Brizola (RJ – 1.058 MW), Barbosa Lima Sobrinho (RJ – 386 MW), Piratininga (SP – 190 MW), Fernando Gasparian (SP – 386 MW), Sepe Tiaraju (RS – 249 MW), Tambaqui (AM – 156 MW), Jaraqui (AM – 157 MW), Arembepe (BA – 150 MW), Muricy (BA – 147 MW), Baixada Fluminense (RJ – 530 MW) e Euzébio Rocha (SP – 219 MW). A capacidade das 20 usinas soma de 6.149 MW.
Durante a coletiva, o presidente Roberto Castello Branco destacou que a Petrobras não pretende voltar a investir em energia renovável. O foco da alocação de recursos, segundo ele, está centrada essencialmente em projetos de exploração e produção de petróleo e gás natural. “Antes de investir em energia renovável, temos que responder a uma pergunta: nós temos as competências para ter sucesso nesse tipo de negócio? Nada indica que nós tenhamos as mesmas vantagens em negócios de energia solar e eólica. É um assunto que hoje é objeto de pesquisa, numa perspectiva de longo prazo”, afirmou.
Castello Branco reforçou que o objetivo da gestão à frente da companhia é intensificar os investimentos em projetos que garantam maior retorno possível, especialmente no segmento de exploração de óleo e gás em águas profundas e ultra-profundas e, ao mesmo tempo, desinvestir em negócios que não fazem mais parte desse core business. Dentro dessa orientação, disse o que executivo, está o processo de aceleração da venda de refinarias. “Talvez em três meses possamos anunciar novidades (quanto à venda do parque de refino)”, informou o presidente da petroleira.