A montagem das caldeiras da termelétrica a gás natural Porto de Sergipe está próxima de ser concluída, informou o presidente da Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), Pedro Litsek. A solução de montagem modular dos equipamentos – que incluem tubulações, sistema elétrico, instrumentação e cabos de comando e controle – reduziu em 18 meses a execução do projeto comparado com obras que utilizam a metodologia tradicional de execução, o que pode representar até 150 mil horas de trabalho na planta.

“Estamos muito satisfeitos com a execução da obra pela GE; o conceito de construir a usina como um ‘Lego’ acelerou em muito a execução da obra. Para se ter uma ideia, em agosto de 2017, tínhamos finalizado a terraplenagem, hoje estamos com praticamente a montagem concluída e nos preparando para o comissionamento”, disse Pedro Litsek, presidente da Celse.

A GE foi contratada pela Celse para construir, operar e fazer a manutenção da usina termoelétrica. Segundo a GE, os equipamentos foram entregues pré-montados e pré comissionados. Pela primeira vez, a GE utilizou a modularização nas caldeiras e em larga escala em um projeto, entregando 103 módulos para a UTE Porto de Sergipe I, sendo 33 módulos das caldeiras (HRSG), 25 módulos do sistema de utilidades (BOP) e 45 módulos do sistema interno das caldeiras (OCC).

“Este processo pode reduzir o prazo na execução da obra, bem como potencialmente garantir maior qualidade na fabricação das tubulações, instrumentação e elétrica, além de potencialmente diminuir o risco nos aspectos de segurança”, escreveu a fabricante em nota.

Para os clientes, os benefícios da antecipação incluem a flexibilidade tanto no cronograma de construção e montagem da obra, como também no cronograma financeiro do projeto. “Comparado com o método tradicional de montagem, nossa solução de modularização poderia reduzir, de forma significativa, os riscos de segurança, qualidade, custo e cronograma do projeto. Nossa sólida experiência em projetos EPC, cadeia de suprimentos mundial, somados com um planejamento integrado entre GE e CELSE, são fundamentais para o sucesso desta obra”, explicou Luciano Silva, diretor do Projeto da GE.

Os módulos foram transportados via marítima, o que exigiu a customização dos equipamentos em função da logística especial para o transporte até Sergipe e içamento da carga no Terminal Inácio Barbosa (TMIB), pier do Pomonga e canteiro da obra. O maior módulo pesa 318 toneladas e tem dimensões surpreendentes: 8,5 m de altura, 8,5 m de largura e 33 m de comprimento. Os 58 módulos principais (HRSG e BPO) somam cerca de 6.000 toneladas.

Com a fabricação modularizada, a GE pode entregar uma usina térmica movida a gás natural em ciclo combinado, com um dos maiores níveis de eficiência do mundo e ganhos potenciais significativos no prazo de entrega. Essa solução de engenharia buscou atender a demanda de prazo da Celse, que foi vitoriosa no Leilão de Energia Nova, em abril de 2015. Os contratos firmados pela Celse com 26 distribuidoras prevê o início da operação comercial a partir de janeiro de 2020.

Quando entrar em operação comercial, a UTE Porto de Sergipe I poderá ter capacidade de geração de cerca de 1.551 MW e irá operar com aproximadamente 40 funcionários. O projeto é o maior investimento privado no Estado de Sergipe, estimado em R$ 5,4 bilhões.