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Associações que representam consumidores de energia e vários setores produtivos pretendem apresentar ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, contribuições ao que o ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou de “choque de reindustrialização.” A indústria quer aproveitar a onda de abertura de mercado anunciada pelo governo para discutir medidas de avanço na área de gás, de olho na produção do pré- sal.

A intenção não é apresentar novas propostas, mas reforçar o apoio a iniciativas que já estão em processo de discussão há algum tempo. Alem de Albuquerque,  Guedes e o vice-presidente Hamilton Mourão estão na lista de interlocutores do setor industrial. “Esse é o momento do gás no Brasil. No setor elétrico tem muita coisa a ser ajustada e há até convergência de diagnóstico: reduzir subsídios e trazer eficiência ao setor”, disse o presidente da Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, Paulo Pedrosa.

Pedrosa destacou que na parte de energia a área de gás é a mais atrasada, e é preciso garantir a infraestrutura de escoamento da produção e gás das áreas do pré-sal. Cálculos feitos pela Abrace mostram que cada R$1/MW de redução no custo da energia significa aumento da riqueza produzida no país em quase R$ 4 bilhões em dez anos. Preços competitivos de gás e energia elétrica, segundo a entidade, podem levar a um crescimento de 1% ao ano do Produto Interno Bruto e gerar 12 milhões de empregos no período.

“Esta redução significativa dos preços da energia é possível, quando se verifica que, para a energia elétrica, mais da metade do seu custo está vinculado a impostos, taxas, encargos, subsídios e tributos. No caso do gás natural, o preço final aos consumidores industriais brasileiros chega a ser quase três vezes maior que o valor pago pela indústria nos Estados Unidos”, argumentou Pedrosa, em carta enviada a Albuquerque na última sexta-feira, 15 de março.

O aumento da energia elétrica para a indústria desde o ano 2000 cresceu três vezes mais que a inflação no período, enquanto o preço do gás natural ficou quase sete vezes maior que a inflação, de acordo com estudos da Abrace. Os grandes consumidores querem que parte da oferta barata de gás do pré-sal seja destinada ao uso industrial e parte à produção de energia elétrica na base, que poderá ser usada também pela indústria.

Já existe um diagnóstico e um mapeamento da situação do setor. Por isso, lembrou o presidente da Abrace, Paulo Guedes falou em 60 dias para a adoção de medidas. Para Pedrosa, falar em quebra de monopólio da Petrobras na produção e no transporte do gás natural é uma maneira incompleta de ver o problema, já que foi 0 monopólio estatal que garantiu a produção durante muitos anos.

“[A mudança na política do gás] não é contra a Petrobras. É um conjunto de coisas. O drive principal é a competição. Passa pelo aumento da oferta, pela diversidade de vendedores e compradores e por um conjunto de problemas que vão desde o aceso a redes físicas à competição”, ressalva Pedrosa, que assina a carta em nome da Abrace e das associações que representam indústrias de alumínio (Abal), de alimentos (Abia) de cloro (Abiclor), química (Abiquim), têxtil e de confecção (Abit), de vidro (Abividro), produtores de ferroligas e silício metálico (Abrafe), de consumidores de energia (Anace), fabricantes nacionais e paulistas de cerâmica (Anfacer e Aspacer), de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e Instituto Aço Brasil.