Há um mês no cargo, o novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, general Joaquim Silva e Luna, iniciou sua gestão com foco na austeridade. Na última terça-feira, 19 de março, em Curitiba, ele reuniu o corpo gerencial da Diretoria Geral para anunciar o redirecionamento e a revisão das normas de patrocínio e convênios para garantir o melhor uso dos recursos. Também haverá uma revisão de todos os programas desenvolvidos pela usina binacional, para se avaliar quais devem ser mantidos ou enxugados. Silva e Luna está estudando a devolução de funcionários de outros órgãos públicos que atuavam principalmente como requisitados.

O diretor-geral brasileiro optou por aproveitar a estrutura de pessoal já existente, por considerar que o quadro de Itaipu é preparado. Do quadro da usina, o general vai aproveitar um empregado ou empregada para a função de secretário executivo. Juntamente com o chefe de gabinete, vai cuidar dos despachos em geral, para que o general possa cuidar dos assuntos mais estratégicos. O diretor também anunciou que o escritório de Curitiba será mantido, mas numa estrutura mais enxuta.

Em vez de morar em Curitiba, Silva e Luna decidiu fixar residência em Foz do Iguaçu. Ali, também deverá residir grande parte do corpo gerencial da empresa, como superintendentes e assistentes da sua diretoria. Com isso, haverá redução de gastos com viagens e diárias e será formado um centro de comando capaz de se reunir sempre que houver necessidade. Outra medida foi o maior controle na utilização de veículos da empresa, restringindo o uso às atividades de serviço. Para o general, a medida trará importante mensagem de austeridade, tanto para os usuários como para a população, que só verá carros de Itaipu a trabalho, e não em deslocamentos pessoais.

Um dos focos do diretor-geral brasileiro de Itaipu é o investimento que a usina terá que fazer, nos próximos três anos, para atender ao acordo firmado entre o Brasil e o Paraguai: bancar a construção de duas pontes, uma sobre o Rio Paraná, entre Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco, no Paraguai; e outra sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho  (MS) e Carmelo Peralta. A de Foz será construída pela margem brasileira de Itaipu e a do Mato Grosso do Sul pela margem paraguaia.

Juntas, as duas pontes devem custar em torno de R$ 1 bilhão. De acordo com Silva e Luna, é um custo alto, mas será diluído ao longo do tempo. Para que os gastos com as pontes não interfiram no custo de Itaipu, o diretor-geral brasileiro vê como saída a redução de gastos. A construção da segunda ponte, entre Foz e Presidente Franco, também vai exigir austeridade em todos os gastos.