O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reafirmou em audiência pública no Senado a expectativa de que o projeto de lei com a solução para os débitos dos geradores com o risco hidrológico seja aprovado na Câmara dos Deputados. Albuquerque lembrou que existe um passivo em torno de R$ 7 bilhões no mercado de curto prazo que tem de ser resolvido como prioridade.

Paralela à discussão do GSF, disse, o governo tem discutido no Congresso uma solução estrutural para a questão do déficit de geração das usinas hidrelétricas , que envolve a própria revisão da garantia física dessas usinas. Albuquerque fez um balanço de quase três meses à frente do MME, em apresentação nesta terça-feira, 26, na Comissão de Infraestrutura.

Ele lembrou que o MME e a Empresa de Pesquisa Energética trabalham com previsão de crescimento médio do Produto Interno Bruto de 2,7% de 2018 a 2022 e de 3% de 2023 a 2027 , o que vai elevar a demanda por energia no país. Nesse período, os investimentos projetados para o setor de petróleo e gás somam R$ 1,4 trilhão; para energia elétrica de R$ 400 bilhões; e em mineração de R$ 80 bilhões.

O ministro defendeu o processo de capitalização da Eletrobras, que vai levar à perda de controle da União sobre a estatal, e disse que espera reposicionar a empresa como investidor, sem usar recursos da União. Ele também anunciou a intenção de concluir em até dois anos a revisão do Anexo C do tratado de Itaipu, que trata das condições comerciais do acordo com o Paraguai em relação à energia da  hidrelétrica. O MME, segundo Albuquerque, criou um grupo de trabalho para tratar do assunto.

Na apresentação inicial, o ministro também defendeu a conclusão da usina nuclear de Angra 3 e a instalação da linha de transmissão Manaus-Boa Vista, que vai conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional. A intenção do governo é de que as duas obras sejam iniciadas no segundo semestre desse ano.