O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, defendeu a capitalização da Eletrobras e argumentou que ela é necessária para evitar que a empresa passe pela mesma situação da Corpoelec, a estatal de energia venezuelana responsável pela hidrelétrica de Guri. Segundo Albuquerque, a Eletronorte nunca perdeu o diálogo com a empresa, que deixou de fornecer energia a Roraima desde o primeiro grande apagão registrado no pais vizinho no dia 7 de março.

“O que aconteceu é que essa empresa perdeu capacidade de investimento”, lembrou o ministro, destacando que a estatal não tem recursos para manutenção da linha de transmissão que leva energia da Venezuela para Roraima. Para o ministro, a energia de Guri é importante e “não é à toa que essa linha foi feita.”

Desde o apagão da Venezuela, a capital Boa Vista tem sido abastecida integralmente pela energia gerada no parque térmico local. O ministro disse no Senado na terça-feira , 26, que o custo para o consumidor brasileiro será de R$ 1,9 bilhão esse ano.

Albuquerque lembrou que tudo está correndo conforme planejado para a instalação da linha de transmissão Manaus-Boa Vista, que vai conectar o estado de Roraima ao Sistema Interligado Nacional. Ele repetiu a previsão de que a licença de instalação do empreendimento deve ser emitida em junho ou julho, para que as obras comecem no segundo semestre desse ano.

O ministro garantiu que as 70 comunidades indígenas da etnia Waimiri-Atroari, estão participando do processo de discussão sobre o licenciamento da linha, que vai atravessar 123 km de território indígena. Segundo ele, o governo está atento à situação de abastecimento de energia em Roraima e que existe preocupação até mesmo com a manutenção da estrada que liga Manaus a Boa Vista, por onde passam diariamente os caminhões de combustível que alimentam as térmicas do estado. “Essa é uma preocupação do Ministério da Infraestrutura”, disse Albuquerque.