O lucro recorde de mais de R$ 13 bilhões registrado em 2018 não vai ser suficiente para frear a privatização da estatal de energia. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 28 de março, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Junior, lembrou que grande parte do resultado teve origem em impairments da usina de Angra e que ainda é necessário concluir a própria usina nuclear, que busca um sócio privado, já que sozinha ela não conseguiria. “A companhia melhorou muito, mas ainda não tem uma capacidade financeira suficiente para ousar em investimentos maiores”, afirmou.

O executivo também deu como exemplo o valor de dividendos mínimos que a Eletrobras tem que distribuir, de R$ 3,5 bilhões, que é 25% do lucro. Como ela não tem caixa ao longo do ano para pagar isso, ela propôs pagar R$ 1,25 bilhão e o restante entra em uma conta reserva que ela vai pagar quando ela tiver. “O número demonstra claramente isso”, explica.

Ainda sobre a térmica nuclear, Ferreira Junior acredita que até o fim do primeiro semestre a modelagem do edital para a busca do parceiro internacional esteja pronta para que no segundo ela seja realizada. A empresa estuda como será a entrada desse parceiro na usina. A previsão de entrada em operação da usina é 1º de janeiro de 2026. Ela está com 63% da obra pronta e a estimativa da Eletrobras é que em 55 meses a partir da retomada ela seja concluída. Para o executivo, esse prazo é considerado conservador, já que o prazo seria mais que suficiente para o recomeço do canteiro. “Temos mais de um ano para mobilizar o canteiro, começar a obra e terminar antes de 31 de dezembro de 2025”, avisa.

GSF – O executivo acredita que ao longo desse ano, o projeto de lei sobre o tema seja aprovado. Segundo ele, o PL vai beneficiar a população, já que o risco hidrológico tem sido responsável por grande parte do aumento da tarifa desde 2012.