A agência de classificação de risco S&P Global reafirmou os ratings da Cemig e suas subsidiárias ( ‘B’ na escala global e ‘brA+’ na escala nacional), mas alterou a perspectiva de positiva para estável devido ao atraso no processo de desalavancagem.
“A reafirmação dos ratings e a revisão da perspectiva refletem nossa expectativa de que a desalavancagem do grupo dependerá principalmente de sua capacidade para vender alguns ativos, o que está demorando mais que o previsto. Embora ainda esperemos que as métricas de crédito da Cemig melhorem gradualmente nos próximos anos, refletindo suas iniciativas de melhorar a eficiência operacional em geral, incluindo seu plano de demissão voluntária, uma redução da dívida exigiria que a empresa desinvestisse alguns de seus ativos”, publicou a agência.
A perspectiva estável dos ratings de emissor reflete a visão de que a Cemig manterá um índice de geração interna de caixa sobre dívida em torno de 9% e de dívida sobre Ebitda perto de 5,5x nos próximos 12 meses,.
Em 2017, a Cemig anunciou um programa de desinvestimento de R$ 8 bilhões, mas, até este momento, em razão das condições do mercado e do apetite do investidor, o grupo não conseguiu vender sua participação na Light nem nos projetos hidrelétricos de Santo Antônio e Belo Monte. Esses três são os principais ativos secundários (não-core) que a Cemig planeja vender, e, na visão da S&P, impulsionaria suas métricas de crédito, em razão não só do valor a receber pela venda, como também da liberação de quase R$ 6 bilhões em dívidas que a Cemig é a garantidora.
Além disso, a Cemig-D enfrentou uma alta nos custos de eletricidade nos últimos trimestres, enquanto o mecanismo de bandeira tarifária não é suficiente para cobrir suas necessidades de capital de giro. “Como esperamos que essa alta nos custos seja incorporada no reajuste tarifário anual que ocorrerá em maio de 2019, a geração de fluxo de caixa deve permanecer mais fraca no primeiro semestre deste ano, porém, melhorando nos anos posteriores. Portanto, esperamos que a Cemig tenha uma folga menor em suas cláusulas contratuais restritivas (covenants) nos próximos trimestres.”