No intuito de buscar investidores para conclusão de Angra 3, a Eletronuclear anunciou que fará consultas a potenciais parceiros interessados em participar das obras de finalização da usina. Além do interesse das partes, o objetivo da iniciativa é avaliar as condições de mercado para os modelos de negócios em estudo pela empresa, num processo conhecido como market sounding.
Segundo nota publicada pela Eletrobras na última quinta-feira, 28 de março, as companhias que quiserem se candidatar a participar do empreendimento precisam ser “detentoras e proprietárias de tecnologia de usinas nucleares a água pressurizada (PWR), com experiência em construção e comissionamento de usinas nucleares e atuação internacional no setor”. Além disso, o comunicado informa que os proponentes deverão ter capacidade de gerenciamento e financiamento de empreendimentos de grande porte, como no caso da termonuclear, cuja finalização pode demandar entre R$ 15 a 17 bilhões.
As obras da usina estão paralisadas desde 2015, quando a Operação Lava-Jato atribuiu uma série de irregularidades ao projeto, resultando na suspensão de 52 contratos da Eletronuclear com construtoras e empresas de materiais e serviços. Até então, a estimativa da estatal é que 68% das obras físicas foram executadas e R$ 7 bilhões gastos na manutenção de peças e equipamentos por causa do tempo parado.
Vale lembrar que a conclusão da usina é uma das prioridades anunciadas pelo Ministério de Minas e Energia em 2019, e o modelo para tal vem sendo discutido desde 2018 por um grupo de trabalho vinculado ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos.