O Ministério de Minas e Energia pretende divulgar em junho a estratégia do que vem chamando de o novo mercado do gás. A perspectiva é de que esse documento traga as ações que serão feitas para estimular e desenvolver este setor que ainda precisaria passar por alteração legal e série de medidas para que seja viabilizado. Nesse sentido, o setor elétrico terá um papel importante por ser indutor de demanda.
Segundo o secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético, Reive Barros, a ideia é de estimular o mercado para ter a maior disponibilidade do insumo. Essa medida poderá impactar na tarifa de energia ao passo que entram as térmicas movidas a este combustível em substituição àquelas à óleo cujos contratos estão vencendo. Esse impacto poderia ser visto já a partir de 2025 caso haja usinas leiloadas no próximo A-6. Apesar disso, Barros preferiu não apontar o quanto a tarifa poderia ser reduzida, diferentemente do que fez o ministro da Economia Paulo Guedes.
“Se pensar que o custo do gás em R$ 250/MWh ante usinas a óleo de R$ 800/MWh nas térmicas mais ineficientes, podemos pensar em uma redução de custo. Mas como a tarifa é formada por diversos componentes é complexo indicado um índice de redução”, lembrou ele após participar do Agenda Setorial, primeiro evento do setor elétrico no ano promovido pelo Grupo CanalEnergia-Infoma Exhibitions.
Barros lembrou ainda que uma coisa importante para o setor é fazer o diagnóstico da tarifa porque está muito elevada. Segundo ele, há espaço para melhorar e aprimorar as tarifas assim como a operação do sistema para ser mais otimizado as questões regulatórias. Então, considerando ainda que há um conjunto de medidas a ser adotadas para reduzir a tarifa, disse ele, é importante que todos estão conscientes dessa necessidade.
E essa queda, continuou ele, deverá chegar inclusive à indústria para que esta possa ser mais competitiva. Dentre os pontos que devem ser considerados para isso é que as térmicas a gás deverão ancorar essa política, pois ajudam a garantir a demanda. “O grande projeto é essa transição de substituir o gás importado mediante competição, mas se o gás nacional for mais caro, podemos manter o importado, e mostrar aos investidores do pré-sal que há um mercado importante de gás no Brasil, a infraestrutura pode ser via gasodutos ou por meio de transporte de cabotagem com navios de GNL, essa deverá ser a grande decisão”, explicou Barros.