O Plano Indicativo da Expansão da Malha de Gasodutos deverá ser lançado pela Empresa de Pesquisa Energética em setembro deste ano. O plano é o sucessor do antigo Pmat e é uma nova abordagem do planejamento da expansão da malha de gás com mais possibilidades para trazer ao mercado mais alternativas de expansão. “Ele dá mais flexibilidade que o Pmat permitia”, explica Thiago Barral, presidente da EPE, que participou do Agenda Setorial 2019, nesta segunda-feira, 1º de abril, no Rio de Janeiro (RJ). O evento é promovido pelo Grupo CanalEnergia/Informa Exhibitions.
O novo plano pode atrair investidores de midstream ao mercado brasileiro dando maior visibilidade e mais informações sobre as oportunidades de negócios no transporte de gás. Ele permite avaliar como a demanda térmica e não térmica prevista pode se beneficiar por uma malha maior de gasodutos. Ainda não é possível anunciar nenhum projeto para o plano, uma vez que os trabalhos começaram no primeiro trimestre e somente na última semana houve o primeiro workshop junto com as transportadoras. “A partir disso, vamos dar início a modelagem e indicação das obras que serão estudadas”, revela.
No Pmat, havia a dependência do casamento entre o demandante do gás e o ofertante, de forma que o investimento na estrutura do gasoduto tivesse a segurança adequada dos riscos dos negócios. No PIEMT, há mais liberdade de exploração, sem necessidade da manifestação firme dos consumidores de compromisso com o gás. A abordagem também é mais aderente ao regime de autorização de novos gasodutos e não de concessão.
O presidente da EPE não prevê grandes mudanças para os próximos leilões de energia em termos de modelo. Ele destacou a previsibilidade do calendário, que já anunciou certames A-4 e A-6 até 2021. No A-4, Barral não vislumbra um leilão tão ‘grande’, por fatores como a intensa migração para o ACL e crescimento da GD. Segundo ele, não haverá oferta de UHEs este ano no leilão A-6, mas as térmicas a gás estão se posicionando para esta disputa e renováveis com a agressividade dos leilões anteriores.
Como outros desafios para este ano, Barral coloca o plano decenal, em que ele deseja inserir aperfeiçoamentos no novo ciclo. Há ainda o Plano Decenal de Eficiência Energética, que está nos planos de aplicação de recursos do Procel, é outro desafio. Por último, ele cita o PNE 2050, que está em fase de ajustes finais para entrar em consulta pública no começo do segundo semestre e apresentado em dezembro. “Já temos bastante conteúdo já publicado, agora é o trabalho de fechamento e apresentar”, conclui.