Apesar da economia brasileira apresentar alguns sinais de lenta retomada, a Equatorial Energia enxerga o cenário atual ainda enfraquecido do ponto de vista estrutural para Cemar e Celpa, que tiveram respectivas reduções de 0,4% e 0,1% na taxa de energia injetada na rede no último trimestre de 2018, resultado que aponta para os efeitos da paralisação industrial, que impacta mais a concessionária maranhense, além das questões climáticas, que também pesaram na comparação com outros períodos.
A avaliação é do Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Equatorial Energia, Eduardo Haiama, que nesta terça-feira, 2 de abril, falou em teleconferência a investidores e ao mercado. Na oportunidade, Haiama afirmou que se a economia estivesse de fato em aceleração, como em anos passados, mesmo com o período chuvoso de março, que impacta na temperatura, haveria um resultado diferente para a empresa.
“Apesar da sazonalidade do clima, a gente sempre cresceu. Agora temos crescido em geral, mas muito pouco. Por isso venho dizendo que a atividade ainda não foi retomada, apesar de alguns números positivos na área, mas que não se traduziram em demanda”, comentou Haiama.
Pensando nessa conjuntura que impacta invariavelmente a capacidade financeira da população em geral, e que paga em dia sua conta de energia, a estratégia da companhia para 2019 é trabalhar com as variantes de perda e lucro de forma integrada, não as dissociando da faturação, como em outros tempos.
“Temos que trabalhar de forma síncrona, para um fator não acabar contaminando o outro”, definiu o diretor. “Não é porque é uma mudança estrutural que não possamos alterá-la mais a frente, mas enquanto perdurar essa situação econômica temos que atuar de forma mais inteligente nessa equação de perdas e arrecadação”, completou.
Perguntado sobre a tarifa social da Cepisa, o executivo confirmou que a iniciativa já foi iniciada, mas que não se encontra ainda no estágio de organização como nas outras controladas, o que levará ainda algum tempo para ajeitar. Mas trata-se de uma prioridade para a companhia. “Em grandes regiões, dispersas e com uma carga baixa, se não ajudar o pessoal a ter uma conta mais baixa, isso acaba afetando a concessão como um todo. Esperamos melhorar esse número em 2019”, finalizou.