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O recorde de demanda máxima no país registrado em 30 de janeiro deste ano, quando alcançou o volume de 90.525 MW às 15h50, acendeu um sinal de alerta para o país. De acordo com a avaliação do diretor da PSR, Bernardo Bezerra, o Brasil precisa retomar a discussão sobre a contratação de potência para atendimento da ponta, assunto que está em estudo no Ministério de Minas e Energia após o encerramento da consulta pública 61/2018.

O executivo destacou que a Empresa de Pesquisa Energética indicou a necessidade de contratação de 13 GW no PDE para o horizonte de 2027. Esse volume estimado pelo planejador é de um volume de 3 GW na região Sul, 2,5 GW no Nordeste e o maior montante no Sudeste com 8 GW. Essa contratação, apontou ele, precisa antes passar pelo aprimoramento no desenho do leilão. Até porque, lembrou, não se contrata apenas potência com esse equipamento, pois há a entrega de energia também para o sistema.

Na prática, é necessário definir um mecanismo que permita a venda dos produtos energia e potência. “Poderíamos pensar em contratação de potência de reserva e permitir que os outros consumidores possam comprar a energia desses agentes”, comentou.

Essa afirmação corrobora a ideia da contratação simultânea apresentada durante os debates no 10º Workshop PSR/CanalEnergia, realizado na última terça-feira, 2 de abril. Nesse sentido, seria permitida a negociação de venda de potência como um produto e a energia como outro por uma térmica no A-5, essa potência, por estar disponível no sistema seria paga por todos os consumidores, enquanto a energia negociada no ACR como é feito atualmente, ou ainda, no mercado livre.

“Essa discussão deve ser retomada”, alertou Bezerra após sua participação no evento. “Foi realizada uma consulta pública sobre o tema no MME, que coletou as informações e viu o volume de sugestões de aprimoramento. Provavelmente deverá ser aberta nova consulta pública com uma proposta de leilão”, destacou ele.

Segundo Bezerra, essa contratação de potência se faz necessária ao passo que a demanda cresce e devido à incerteza e variabilidade dos recursos hídricos e eólicos. Ele lembrou, por exemplo, se houver a combinação entre restrição hídrica em fevereiro, associado à característica histórica de menor volume de ventos nesse período, associados a uma demanda máxima instantânea recorde, o país pode ter problema em atender a esta carga requerida.

Em sua apresentação, ele apontou que uma alternativa imediata a essa contratação poderia ser térmicas que estão para ser descomissionadas no país pelo final dos contratos de venda no ACR, notadamente as térmicas a óleo e a diesel. Em sua análise, substituir essas usinas já instaladas por outras a gás pode elevar o custo uma vez que seu uso deveria se dar por algumas horas e, contratos de gás intermitentes podem ser muito caros em função de ser uma contratação por disponibilidade dessas centrais vinculada a uma operação sem previsão. As usinas a gás têm uma característica mais de base que são usadas para elevar níveis de reservatórios. A tecnologia de baterias pode ser uma solução, assim como a resposta da demanda, que apesar do piloto implementado ainda não apresentou resultados práticos.

Mas, ressaltou, é necessário que os produtos sejam definidos com clareza em um leilão para essa finalidade de contratação de potência no atendimento da ponta e com a definição de qual período mínimo que essa capacidade estará disponível ao sistema. Ele citou exemplos onde já ocorrem essas definições e que funcionam bem tanto na Europa quanto nos Estados Unidos e que para o Brasil não seria diferente.