A alteração na data do feriado de carnaval para fevereiro deste ano impactou diretamente no resultado do consumo energético do país no mês de março, com a demanda sendo reduzida em 2,6% e a geração apresentando queda de 2,3% na comparação com o mesmo período de 2018, quando a comemoração havia sido março. As informações derivam dos dados preliminares de medição coletados entre os dias 1º e 31 de março pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE, que traz números prévios de geração e consumo de energia, além da posição contratual líquida atual dos consumidores livres e especiais.

Segundo o boletim InfoMercado Semanal Dinâmico, o consumo no Sistema Interligado Nacional – SIN atingiu 63.923 MW médios, volume menor do que os 65.619 MW médios aferidos no mesmo período do ano passado. No Ambiente de Contratação Regulada também houve queda no consumo: 3,2%, considerando a mudança de clientes cativos para o Ambiente de Contratação Livre. Excluindo o impacto das migrações, o ACR registraria diminuição de 1,8%.

Já o ACL teve decréscimo de 1,2% no período, com baixa de 4,6% eliminando-se o impacto da migração de novas cargas. Os consumidores livres apresentaram recuo de 2,7%, já os especiais aumentaram em 7,6%, influenciados por esta migração. Suprimindo tal efeito, observa-se variação negativa de 4,5% para os livres e de 2,5% para os especiais. Os autoprodutores diminuíram seu consumo em 7,4%.

Nos segmentos industriais, incluindo dados de autoprodutores, varejistas, consumidores livres e especiais, os que registraram maior crescimento no consumo foram transporte, bebidas e saneamento, com respectivamente 19,9%, 18,8% e 7,5%. A expansão está vinculada à migração dos consumidores para o mercado livre. Ao excluir a migração, a CCEE verificou para os mesmos ramos variações de 2,3% e 5,7% para transporte e bebidas. Já o pior desempenho foi da metalurgia e produtos de metal, com 10,3% negativos.

O boletim também apresenta estimativa da produção das usinas hidrelétricas, eólicas e térmicas, apontando elevação de 16,4% nas eólicas, sendo que as hidráulicas e térmicas tiveram quedas de 3,3% e 5,0%, respectivamente. O resultado negativo das térmicas foi devido, principalmente, às termelétricas a óleo e bi-combustível, respectivamente com 46,7% e 31,5%.