A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) realizou uma reunião interna nesta semana para discutir as características de geração eólica no mar (offshore) e os ajustes regulatórios necessários para abrir caminho para a exploração desse tipo de fonte ainda inédito no Brasil.

“Pegando carona na discussão da eólica offshore, terça-feira (2/4) agora realizamos um workshop na EPE discutindo exatamente as características desse potencial e os aperfeiçoamentos no marco regulatório. Em breve vamos publicar um roadmap sobre eólicas offshore, para dar visibilidade aos desafios que essa solução enfrenta e que precisam ser endereçados”, disse Thiago Barral, presidente da EPE. O executivo participou de evento promovido pela GE Power, em São Paulo, nesta quinta-feira, 4 de abril.

O gerente geral de Planejamento e Marketing de Gás e Energia da Petrobras, Álvaro Ferreira Tupiassú, lembrou que a petroleira vem firmando parcerias para estudar o potencial eólico offshore do Brasil. Recentemente, a Petrobras assinou um acordo de cooperação com Equinor, quarta maior geradora eólica offshore do mundo.

Tupiassú disse que o potencial offshore da costa do Rio Grande do Norte, há uma distância de 30 metros, é maior do que a demanda total do Brasil por energia elétrica. “Uma coisa que a gente está fazendo em paralelo é trabalhar o marco regulatório offshore. Esse marco ainda precisa ser desenvolvido para que haja essa possibilidade para investimentos”, explicou o executivo, no mesmo evento.

Porém, na visão do presidente da Casa dos Ventos, Mário Araripe, o Brasil tem um potencial muito grande ainda a ser explorado em eólica onshore, além de tecnologias como solar e baterias que devem ganhar mais espaço na matriz e são complementares. “A evolução da tecnologia offshore é muito grande, mas aqui para o Brasil ela ainda vai demorar um pouco”, disse.