A compra da transportadora de Gás Natural TAG pela Engie, anunciada na última sexta-feira, 5 de abril, além de marcar a entrada da empresa nessa área, também prevê muitas oportunidades no mercado de gás. De acordo com o presidente do conselho de administração da Engie Brasil, Maurício Bahr, o momento atual do gás é similar ao do setor elétrico há 20 anos, quando várias geradoras e distribuidoras de energia foram privatizadas. “O pré-sal começa a ser explorado, há uma oferta grande e ele precisa ser escoado por uma malha de gasodutos, que pode precisar de expansão no futuro”, explica.
O executivo lembrou ainda que o gás será importante para facilitar o movimento de transição energética, já que a fonte vai propiciar a inserção de eólicas e solares, trazendo segurança na base. Ele vê uma boa perspectiva para que venham mais agentes de gás. “Está tudo caminhando para que tenhamos um número maior de empresas interessadas no gás”, avisa. Bahr citou ainda o biogás, em que o Brasil tem um grande potencial através do setor de agronegócio.
A compra da TAG não invalida a expansão da Engie na área de transmissão de energia, área em que ela começou recentemente ao vencer lotes em leilão de transmissão. A empresa avalia com prudência lotes para participação no próximo leilão de LTs, que deve ocorrer no fim do ano. “Vamos continuar olhando, mas não vamos fazer nenhum lance que não vá agregar valor ao nosso acionista”, observa.
A TAG tem 4.500 quilômetros de gasodutos de alta pressão, na costa Nordeste e Amazônia. São 12 estações de compressão e uma rede com oito distribuidoras de gás, 91 pontos de saída e dois terminais de GNL. Ela tem um alto nível de contratação. A Engie já opera cerca de 32 mil quilômetros de gasodutos na Europa. A operação com a TAG deve ser finalizada em maio deste ano.